Entenda como o sarampo pode levar à morte
Sistema respiratório pode ser comprometido causando uma insuficiência respiratória
Nesta quarta-feira (28), o Ministério da Saúde confirmou a primeira morte causada por sarampo na cidade de São Paulo. Segundo a imunologista e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Daniela Rosa o sarampo em si não pode levar ao óbito, mas sim complicações causadas pela doença.
A especialista esclarece que o sarampo pode comprometer o sistema respiratório gravemente, levando, por exemplo, a uma insuficiência respiratória. O que ocorre é que a doença causa uma pneumonia para a qual não há tratamento específico e que começa com tosses e falta de ar, e evolui progressivamente para a insuficiência, podendo acarretar a morte.
Além disso, de acordo com Daniela, o sarampo pode afetar o sistema nervoso, progredindo para casos de encefalite – doença rara, caracterizada por inchaço e inflamação do cérebro que, se não tratada, pode levar a complicações graves. Outras implicações do sarampo incluem infecção no ouvido ou diarreia.
A primeira vítima registrada nesta quarta-feira (27) foi um homem de 42 anos, sem histórico de imunização contra a doença. No entanto, segundo a imunologista, geralmente, os casos fatais são mais frequentes em crianças menores de cinco anos ou em indivíduos com sistema imune comprometido. Ela alerta, assim, para a importância da imunização, que é a forma mais efetiva de combater a disseminação do vírus.
“Quando há uma cobertura de 95% da população vacinada forma-se uma escudo chamado imunidade coletiva, que impede que uma pessoa infectada inicie um surto da doença. Para quem não pode tomar a vacina, essa cobertura é essencial.”
Quais são os principais sintomas?
Os principais sintomas do sarampo são irritação nos olhos, conjuntivite, corrimento no nariz, manchas brancas na parte interna da bochecha, mal estar, tosse persistente e manchas vermelhas na pele. A recomendação é que se vá para um hospital ou posto de saúde assim que começarem os primeiros sintomas. Quando a pessoa é infectada, pode demorar até 10 dias para que eles comecem a aparecer. Nesse período, o sarampo já pode ser transmitido.
Existe tratamento para o sarampo?
De acordo com o Ministério da Saúde, não existe tratamento específico para o sarampo. É essencial procurar um médico aos primeiros sintomas da doença para saber qual é o tratamento adequado. Normalmente, recomenda-se a administração da vitamina A em crianças acometidas pela doença, a fim de reduzir a ocorrência de casos graves e fatais. O tratamento profilático com antibiótico é contraindicado.
Secretário alerta para estabilização
Apesar da evolução do número, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, avaliou que o quadro da doença no Brasil tende a uma estabilização. Ele ressaltou que o número ainda é menor do que no ano passado e comentou que as ações de imunização devem surtir efeito na mitigação da disseminação do vírus.
“Secretarias de saúde fizeram muitos bloqueios vacinais, que foram fundamentais para poder dar tranquilidade. Baseado numa projeção dos casos, temos uma pequena tendência de redução. A Secretaria de Saúde de São Paulo também relatou essa tendência para nós”, declarou Oliveira. O gestor chamou a atenção para o fato de que o número de municípios paulistas com casos confirmados reduziu do boletim anterior para este.
Consulte a unidade de saúde mais próxima de você para realizar a vacinação em São Paulo
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