Ernesto Araújo diz ser contra conceito de gênero e aborto em discussões da ONU
Durante um debate acalorado na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (7), o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, reafirmou ser contrário ao uso do termo “gênero” e das discussões sobre aborto em debates internacionais envolvendo o Brasil.
Segundo ele, “abortistas tentam colocar o direito ao aborto por meio de decisões judicias ou por meio da ONU (Organização das Nações Unidas)”. Para o chanceler, o assunto deve ficar fora das discussões sobre direitos sexuais e reprodutivos.
“Por que não apresentam um projeto de lei sobre isso? São vocês, deputados, que têm que discutir isso”, questionou. “Queremos que fique claro que quando se fala direitos sexuais e reprodutivos não se está falando de aborto.”
Parlamentares presentes na reunião ainda chamaram de “retrocesso” o alinhamento do governo brasileiro a países islâmicos em votações no Conselho de Direitos Humanos da ONU. No último mês de julho, o Brasil votou, por exemplo, a favor de uma proposta do governo ditatorial do Egito para suprimir o termo “direito à saúde sexual e reprodutiva” em resolução sobre o casamento forçado de meninas.
Em audiência marcada por muito bate-boca, Ernesto Araújo alegou que as mudanças na política externa seguem os valores expressos pela vontade popular, a partir do projeto aprovado nas eleições democráticas. “Nós votamos de acordo com nossos princípios e, se outros países estão juntos ou não, não vamos nos guiar por isso”, justificou.
Com Agência Câmara
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