Escoamento da lama foi registrado por sismógrafos a 100 km de distância de Brumadinho

  • Por Jovem Pan
  • 28/01/2019 16h11
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO O rompimento da barragem completa quatro dias nesta segunda (28)

A tragédia de Brumadinho foi tão intensa que pode ser captada por sismógrafos localizados a 100 quilômetros de distância da barragem do Córrego do Feijão. De acordo com o Centro de Sismologia da USP, o escoamento da lama foi registrado – aproximadamente cinco minutos após o rompimento da barragem – em Bom Sucesso e Diamantina, em Minas.

O Centro de Sismologia ainda descartou completamente a hipótese de que o colapso da barragem esteja relacionado a algum tremor de terra na região.

“Não há nenhuma evidência ou registro de tremor de terra natural na região da Mina do Córrego do Feijão, da Vale. Nem em dias anteriores. O último tremor registrado em MG ocorreu próximo à cidade de Januária, no dia 21 de janeiro, com magnitude de 2.7. Ele foi muito fraco e está muito distante para ter qualquer influência na barragem”, informaram os especialistas. “Mesmo que estivessem ocorrendo tremores, eles precisariam estar exatamente embaixo da barragem para ter algum efeito perceptível.”

O rompimento da barragem completa quatro dias nesta segunda (28). Cerca de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos da represa desceram sobre a região, atingindo, além da própria área administrativa da barragem, o Córrego do Feijão, casas, propriedades rurais e o rio Paraopeba, um dos afluentes do São Francisco.

A barragem pertence à Vale, mineradora que também esteve envolvida no desastre de Mariana, em 2016. Na ocasião, cerca de 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos da barragem de Fundão desceram sobre o Rio Doce, matando 19 pessoas.

*Com Estadão Conteúdo

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