Escola pede desculpas por chamar impeachment de Dilma de ‘golpe’
Um trecho do material didático de Geografia do 7º ano da escola Eleva, que se referia ao impeachment de Dilma Rousseff como “golpe”, foi corrigido após reclamação de pais de alunos de 11 e 12 anos da unidade do bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro.
Em nota à qual a Jovem Pan teve acesso, a Equipe da Plataforma de Ensino Eleva citou o que chamou de “mau emprego” da palavra “golpe”, pediu “desculpas por qualquer desconforto que tenha sido gerado no ambiente escolar” e informou aos pais que “uma errata foi produzida”.
Na versão original, o item referente ao governo Dilma, no módulo “Industrialização brasileira: do Governo Militar aos dias atuais”, terminava com a seguinte narrativa:
“Após a consagração de políticas sociais que reduziram a desigualdade, novas cobranças começaram a surgir e a oposição civil-política se mobilizou contra o governo consagrando o golpe que tirou Dilma Rousseff do poder em 2016 e colocou o vice-presidente Michel Temer na cadeira presidencial.”
Na versão corrigida, a equipe da Eleva não chegou a usar o termo “impeachment”. Ela recorreu à palavra “destituição”:
“Com isso, houve a destituição de Dilma Rousseff do poder em 2016. Neste ano, o vice-presidente Michel Temer assumiu a cadeira presidencial em seu lugar.”
Escola de classe média alta, a Eleva tem como principal acionista individual o empresário Jorge Paulo Lemann, que, após 6 anos figurando como o homem mais rico do Brasil no ranking da Forbes, foi ultrapassado em 2019 pelo dono do Banco Safra, Joseph Safra. A unidade de Botafogo é a matriz da rede de ensino.
Veja abaixo o material didático antes e depois da correção, bem como a nota aos pais:
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