Estados e municípios receberão valor menor do que previsto, diz Bezerra
Com a falta de oferta para as áreas de Sépia e Atapu no leilão da cessão onerosa, o total arrecadado foi de R$ 69,96 bilhões. De acordo com o senador, essas áreas serão colocadas em licitação no ano que vem
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), manifestou uma avaliação positiva com o resultado do megaleilão do pré-sal, realizado nesta quarta-feira (6) no Rio de Janeiro, apesar de a arrecadação ter ficado abaixo da expectativa. Ele também pontuou que Estados e municípios receberão um repasse menor do que o inicialmente previsto, mas terão outra parcela nas áreas licitadas ano que vem.
O leilão frustrou as expectativas da equipe econômica de arrecadar R$ 106,5 bilhões. A Petrobras, com as chinesas CNOOC e CNODC, arrematou duas das quatro áreas oferecidas, pagando R$ 69,96 bilhões. As grandes petroleiras ficaram de fora e as outros dois campos não tiveram oferta.
“Essa é uma leitura (de arrecadação menor que o previsto). A outra leitura é que a arrecadação é a maior de leilão de petróleo e gás do mundo”, comentou o senador. “O governo arrecada R$ 70 bilhões e isso é muito significativo. As áreas que não foram arrematadas serão colocadas em licitação no primeiro semestre do próximo ano.”
Como os valores serão divididos com Estados e municípios, o repasse será menor do que o previsto. “Vai ter uma repercussão, vai ser menor, mas isso não quer dizer que os Estados e municípios não vão ter esses recursos porque as áreas serão licitadas novamente no primeiro semestre do próximo ano”, disse Bezerra, pontuando que, no próximo leilão, haverá outro repasse para governadores e prefeitos.
IBP minimiza falta de oferta
O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) minimizou em comunicado o fato de as áreas de Sépia e Atapu não terem tido ofertas no megaleilão de petróleo realizado nesta quarta. A entidade, que representa as petroleiras nacionais e estrangeiras, avalia que os resultados do leilão indicam que o setor segue confiante e empenhado em investir no país.
“O fato de dois blocos não terem sido leiloados não reduz a importância do resultado desse certame. Trata-se do primeiro leilão deste tipo no mundo (por ofertar grandes volumes já descobertos, o que reduz o risco e o torna sem precedentes) e o bônus é elevado até mesmo para companhias de classe mundial”, afirma uma nota do IBP.
Segundo o IBP, o bônus estimado inicialmente, de R$ 106 bilhões, e o valor que se confirmou no leilão é comparável a uma aquisição internacional de uma companhia de óleo e gás ou ao orçamento anual de uma grande petroleira global – na faixa de US$ 30 bilhões.
“O bônus de R$ 69,960 bilhões (arrecadado) supera o valor arrecado em todas as ofertas somadas já realizadas pela ANP desde a abertura do setor, no final dos anos 90. Essas áreas têm o potencial de gerar investimentos de mais de R$ 200 bilhões ao longo de seu desenvolvimento e irão se traduzir em tributos, empregos e geração de renda a médio e longo prazos no País”, destaca o IBP.
O IBP diz que “o setor segue confiante diante das transformações realizadas no país nos últimos anos, que asseguraram a retomada dos investimentos e o sucesso dos leilões de blocos exploratórios de óleo e gás”. Também ressalta o empenho do país para melhorar a regulação do setor, com medidas como a adoção de um calendário fixo de rodadas de licitação, adequação de regras de conteúdo local, a proposta do Novo Mercado de Gás e melhorias no campo fiscal
*Com informações do Estadão Conteúdo
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