“Estamos longe de acabar com a impunidade”, diz Marina Silva

  • Por Jovem Pan
  • 06/04/2018 10h56 - Atualizado em 06/04/2018 11h05
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Juca Varella/Folhapress Para a ex-senadora, a sociedade precisa aproveitar o momento para discutir o fim do foro privilegiado

Ex-petista e atual pré-candidata à presidência pela Rede, a ex-senadora Marina Silva não acredita que o decreto de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deva ser comemorado. Embora ela defenda a Operação Lava Jato e a atuação do juiz Sérgio Moro, acha que estamos longe de acabar com a impunidade e que a situação do país é “dramática” demais para ser celebrada.

“É um momento triste para qualquer país. Como eu disse na nota que publiquei nas minhas redes sociais, em uma democracia a lei é para todos e deve ser cumprida igualmente para todos. Mas isso não deve ser motivo de celebração. A situação do país é dramática. Temos um grande desafio agora de acabar com o foro privilegiado. Não podemos ter um sistema judiciário em que existem dois pesos e duas medidas. Um peso para os que tem foro e outro para os que não tem. A sociedade tem que se mobilizar para isso. Muitos ainda não foram afastados nem devidamente investigados em função desse manto de impunidade que se tem no Brasil. Nenhuma democracia evoluída tem foro privilegiado. A Lava Jato tem nos dado contribuições, mas estamos longe de acabar com a impunidade”, disse à Jovem Pan.

A ex-senadora aproveitou ainda para negar as acusações que costuma receber sobre um suposto “desaparecimento” em momentos de crise política. De acordo com ela, isso é uma “inverdade” daqueles que estão envolvidos em casos de corrupção.

“Quem me acompanha nas redes sabe que tenho me posicionado. Em todos os momentos me posiciono. Me posicionei pela cassação da chapa Dilma-Temer. Me posiciono sistematicamente. Vivo às custas do meu trabalho. Faço política. Ajudei a criar um partido, sou a única que defende a Lava Jato. Quando sou convidada assim me pronuncio nos meios de comunicação. Não sou detentora dos meios, como muitos políticos que compram concessões de forma ilícta. Me posicionei, sim, contra a lei de abuso de autoridade do senador Renan Calheiros, me posiciono contra o foro, meu partido levou o Aécio ao Conselho de Ética, fomos nós que entramos junto ao Supremo para que nenhum investigado entre na linha sucessória. Isso é uma inverdade daqueles que são contra a Lava Jato e estão envolvidos em casos de corrupção. Tenho uma posição independente”, declarou.

Por conta dessas “inverdades”, a pré-candidata acredita que enfrentará uma onda de calúnias durante o processo eleitoral e se diz “preparada” para isso. Diferente das eleições de 2014, segundo suas próprias palavras, os brasileiros agora já sabem “quem é quem” na disputa. “Não faço política de ódio. Não tenho ódio de nenhum partido. Quero um país democrático e justo. A sociedade brasileira haverá de compreender que o caminho da justiça é o caminho”.

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