‘Estão preocupados com dinheiro, não com Amazônia’, diz Bolsonaro sobre Alemanha e Noruega

Presidente também falou sobre radares móveis e Memorial da Anistia

  • Por Jovem Pan
  • 15/08/2019 21h25
Carolina Antunes/PR Declarações foram feitas em transmissão nas redes sociais que durou 1h30min

Em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira (15), com duração de 1h30min, o presidente Jair Bolsonaro tratou de temas que foram polêmicos nesta semana – como o bloqueio dos repasses da Alemanha e da Noruega para ações de preservação ambiental -; do recolhimento de radares móveis, que começou hoje mais cedo; e chegou até a sugerir, como medida para aquecer a economia, a exportação de pedras renais de bois.

Bolsonaro voltou a ironizar a chanceler alemã, Angela Merkel, e o ministro do Clima e do Meio Ambiente da Noruega, Ola Elvestuen, dizendo que “eles não estão preocupados com as riquezas da Amazônia, mas sim com o seu dinheiro”. “Esse pessoal fica fazendo campanha contra o Brasil e depois o malvado sou eu”.

“Angela Merkel, pegue essa grana e refloreste a Alemanha. E Noruega, pegue essa grana e mande para a Angela Merkel reflorestar a Alemanha”, afirmou. Ele criticou, ainda, o país nórdico, e justificou que a Noruega “não tem moral para dar exemplo”, pois retiram petróleo do Ártico.

No última final de semana, o governo alemão disse que vai congelar investimentos de cerca de R$ 155 milhões e a Noruega anunciou hoje que bloqueará os repasses para ações de preservação e contra o desmatamento na Amazônia.

Radares

Nesta quinta, Bolsonaro publicou um despacho no Diário Oficial da União que determina a suspensão e o recolhimento de radares de velocidade estáticos, móveis e portáteis. De acordo com ele, agora o Brasil pode ter no máximo mil radares fixos e a ideia é que sejam instalados em “pontos que realmente representem perigos de acidentes”.

O presidente afirmou que essa medida é muito positiva, já que o “uso desses equipamentos servia apenas como caça-níquel”. “Uma pegadinha para você que dirige”, explicou.

Argentina

Outro assunto que Bolsonaro comentou nesta semana é sobre a possibilidade de Alberto Fernández, candidato à presidência da Argentina na chapa de Cristina Kirchner, vencer as eleições do país. Ele lembrou que Kirchner tem relações com governos esquerdistas, como de Lula, Dilma e Fernando Lugo (ex-presidente do Paraguai) e afirmou que “esse pessoal está afundando a América Latina”.

Ele declarou que Fernández já deu “sinais” de que pode rever a participação da Argentina no Mercosul e que a relação entre os países deve ser “conflituosa” se ele for eleito. Bolsonaro comparou a situação da Argentina com a da Venezuela, onde disse que “não existem mais nem gatos e cachorros porque o povo comeu tudo”.

Memorial da Anistia

O presidente comemorou a decisão da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, de não concluir mais a construção do Memorial da Anistia Política do Brasil. “Não tem mais Memorial da Anistia até porque a anistia é de 79, não tem que falar nem de um lado nem de outro. Deu de gastar dinheiro público para dizer que são heróis. Muitos heróis expoentes estão hoje em dia presos”, afirmou.

Ele ironizou que o Memorial de Anistia era algo “para os coitadinhos da esquerda que foram barbarizados por nós militares”. Quando anunciou que as obras seriam interrompidas, Damares justificou que a construção, iniciada em 2009 e inicialmente orçada em cerca de R$ 5 milhões, já havia consumido aproximadamente R$ 28 milhões.

Novas medidas

Bolsonaro anunciou, ainda, que na segunda-feira (19) vão ser reveladas as informações da primeira abertura da caixa-preta do BNDES, e que na terça será comunicada uma decisão que “vai mudar a história do crédito imobiliário e gerar demanda e emprego”.

Além disso, o presidente divulgou que o Brasil pode, a partir de agora, exportar os cálculos renais de bois, medida que vai aquecer a economia. “Vale ouro. Era dinheiro que estávamos jogando fora nessa área”.

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