Estudo indica que casos de covid-19 no Brasil já chegam a 200 mil; mais de 14 mil se recuperaram

  • Por Jovem Pan
  • 16/04/2020 12h11 - Atualizado em 16/04/2020 12h21
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Orlando Barría/EFE Pedro Hallal destacou que em alguns países a taxa de letalidade cresce porque faltam lugares no sistema de saúde

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Pelotas, em parceria com o poder público, estima que os casos do novo coronavírus no Brasil podem estar perto dos 200 mil — considerando as subnotificações. O número de recuperados, porém, deve ser oito vezes maior que o divulgado.

Em entrevista à Jovem Pan, o coordenador do estudo, o epidemiologista Pedro Hallal, comparou o vírus com um iceberg. “Os casos notificados são a parte visível, a ponta do iceberg. Isso acontece porque a política de testagem, não só no Brasil mas no mundo, é baseada em pessoas sintomáticas — principalmente as que apresentam sintomas mais graves As pessoas assintomáticas seriam a parte submersa.”

Hallal, que também é reitor da Universidade, disse que o objetivo é conhecer o comportamento da doença na população como um todo. isso ajudaria, principalmente, a definir o dado mais importante quando se trata de um vírus: o da taxa de letalidade.

Ele destacou que em alguns países, como é o caso da Itália, a taxa de letalidade cresce não pela força do vírus — mas porque faltam lugares e equipamentos no sistema de saúde. “Por isso o distanciamento social é tão importante. Alguns casos vão evoluir para casos mais graves, mas precisamos evitar que casos mais brandos avancem por falta de suporte na saúde.”

Quanto ao número de mortes, Pedro avalia que os dados são mais confiáveis. “O que pode acontecer é um atraso para a testagem, porque alguns testes são feitos após a morte. Mas, eventualmente, terão mortes que não vão ser identificadas. De qualquer forma, no mundo, as estatísticas de morte são mais confiáveis.”

O epidemiologista ainda avaliou que, sendo assim, o número de pessoas recuperadas também tende a ser bem maior do que 14 mil. “Se a gente pensar na primeira estatística, para cada um dos casos confirmados existem oito pessoas recuperadas. Se não deu entrada no sistema de Saúde porque foi assintomático, é porque se recuperou.”

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