Ex-deputado Luiz Argôlo fica em silêncio durante reunião na CPI da Petrobras
O ex-deputado Luiz Argôlo disse à CPI da Petrobras que vai usar seu direito constitucional de ficar em silêncio. Argolo é o terceiro depoente da audiência pública realizada pela comissão, em Curitiba (PR), com o objetivo de ouvir as pessoas presas pela Operação Lava Jato.
“O senhor conhece o doleiro Alberto Youssef? Já participou de alguma maneira do esquema de ilicitudes comandado por ele?”, perguntou o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).
“Deputado, em respeito à Câmara e também porque eu fui o único ex-deputado que prestou depoimento até agora, vou ficar calado”, disse Argôlo.
Os ex-deputados Luiz Argolo, André Vargas e Pedro Corrêa foram presos há um mês na 11ª fase da Operação Lava Jato. Argôlo foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef como beneficiário de pagamento de propina de empresas contratadas pela Petrobras.
Na época, Argôlo pertencia ao PP e, segundo o doleiro, era um dos parlamentares que recebia repasses regulares a mando de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. A Polícia Federal suspeita que Argôlo tenha recebido algo entre R$ 2 e R$ 3 milhões de Youssef.
Youssef disse, em depoimento, que Argôlo chegou a pedir a ele um empréstimo para pagar as prestações de um helicóptero. O doleiro afirmou que se recusou a fazer o empréstimo, mas concordou em comprar o helicóptero e emprestá-lo a Argôlo durante a campanha eleitoral. O aparelho teria sido adquirido por Youssef por R$ 700 mil por meio de uma das empresas de fachada usadas pelo doleiro, a GFD.
Argôlo se recusou até a responder pergunta do deputado Bruno Covas (PSDB-SP) a respeito de eventual interesse em firmar acordo de delação premiada. “Prefiro não responder”, disse o ex-deputado.
Até agora, a CPI já ouviu a doleira Nelma Kodama e o René Pereira (condenado por tráfico de drogas e ligado ao doleiro Alberto Youssef).
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.