Ex-diretor da Petroquisa diz que desconhecia pagamento de propina na Petrobras
Paulo Cézar Amaro Aquino, ex-diretor da Petroquisa, a empresa petroquímica da Petrobras, disse, em depoimento à CPI da Petrobras, que desconhecia pagamento de propina em troca das incorporações de empresas feitas pela Petrobras.
Ele mencionou especificamente o caso do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que, em acordo de colaboração com a Justiça Federal, admitiu ter recebido propina de empresas.
Aquino foi indicado para o cargo na Petroquisa por Paulo Roberto Costa e disse ter sido informado do esquema de corrupção apenas quando se tornou pública a Operação Lava Jato. “Para todos nós foi uma decepção”, disse.
O ex-diretor, que se aposentou da Petrobras há um mês, disse que não houve pressão da direção da Petrobras para que a Petroquisa incorporasse a empresa petroquímica Triunfo à Braskem – controlada pela Odebrecht.
A acusação de que a operação foi feita a mando do ex-presidente Lula para beneficiar a Odebrecht foi feita pelo empresário Auro Gorentzvaig, ex-acionista da Triunfo. Em depoimento à CPI, ele disse que a empresa foi “expropriada” e que houve uma “ação deliberada do governo” para dar à Odebrecht o monopólio do setor.
Além de Lula, ele acusou Dilma Rousseff, então presidente do Conselho Administrativo da Petrobras; Sérgio Gabrielli, ex-presidente da estatal; e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, de envolvimento no processo de integralização acionária que fez sua família perder o controle da petroquímica.
“Eu nunca sofri pressão do Paulo Roberto Costa. O que havia era uma decisão estratégica de concentrar a participação da Petrobras no setor petroquímico em poucas empresas, mais robustas e com maior capacidade de investimento, verticalização que era uma tendência internacional na época”, explicou.
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