Ex-diretor defende incorporação de petroquímica por subsidiária da Odebrecht

  • Por Agência Câmara Notícias
  • 11/08/2015 16h12
Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados Paulo Cézar Amaro Aquino

Paulo Cézar Amaro Aquino, ex-diretor da Petroquisa, a empresa petroquímica da Petrobras, defendeu, em depoimento à CPI da Petrobras, a operação de incorporação da petroquímica Triunfo pela Braskem, uma subsidiária da Odebrech, negócio que teve a participação da Petrobras.

Em depoimento à CPI, o empresário Auro Gorentzvaig, ex-acionista da Petroquímica Triunfo, acusou a Petrobras de expropriar a Triunfo para beneficiar a Braskem. Ele também afirmou que a Odebrecht foi beneficiada pela Petrobras em outra operação. Segundo ele, a estatal teria comprado a petroquímica Suzano por mais de R$ 4 bilhões para depois vender a empresa para a Braskem por R$ 2,5 bilhões.

Gorentzvaig disse à CPI que havia um acordo pelo qual a estatal iria receber R$ 355 milhões da Petroplastic por sua parte na Triunfo, mas a Petrobras recuou e repassou suas ações à Braskem por R$ 117 milhões.

Ao responder pergunta do deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), Aquino justificou a operação que fez com que a Triunfo fosse incorporada à Braskem. Ele explicou que a Petrobras tinha um litígio judicial há 23 anos com a família Gorentzvaig pelo controle da Triunfo.

Ele admitiu ter participado de uma reunião com Auro Gorentzvaig em que o empresário disse ter ouvido do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva que os direitos da família sobre a empresa seriam respeitados e que um membro do clã seria nomeado para o conselho administrativo da empresa. “Eu respondi que o direito dele seria respeitado, mas dentro do que determinasse a Justiça, já que ninguém me falou de reunião nenhuma e de compromisso nenhum do governo nesse sentido”, disse o ex-gerente da Petrobras.

A Petrobras tinha participação acionária na Triunfo com a família Gorentzvaig, que controlava a empresa Petroplastic. Segundo ele, na época a estratégia da Petrobras era reduzir sua participação em empresas privadas e concentrar essas operações em poucas empresas.

“A Triunfo valia pouco mais de R$ 400 milhões, e a família recusou uma oferta de R$ 355 milhões da Petroquisa à Petroplastic. Quando as ações foram passadas à Braskem, dentro da estratégia de fazer parcerias com grandes empresas, com maior capacidade de investimento, a Triunfo valia pouco mais de R$ 100 milhões, já que o mercado tinha caído”, explicou.

Segundo ele, a operação teve aval do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público.

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