Ex-ministro Geddel Vieira Lima é denunciado por obstrução de Justiça

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 16/08/2017 15h25
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Brasília - O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, e o presidente interino Michel Temer durante reunião com líderes da Câmara e do Senado, no Palácio do Planalto. (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil Geddel, ex-diretor da Caixa, foi ministro da Secretaria de Governo do presidente Temer e saiu após ser acusado de pedir em favor próprio por um prédio na Bahia

O ex-ministro de Lula e Michel Temer, Geddel Vieira Lima, foi denunciado nesta quarta-feira por obstrução de Justiça. A acusação é de que Geddel teria pressionado o corretor Lúcio Funaro para ficar em silêncio e não fazer delação premiada.

Funaro é apontado como operador financeiro do grupo político do qual Geddel faz parte, o PMDB da Câmara.

Para o Ministério Público Federal, que oferece a denúncia, Geddel Vieira Lima observava e constrangia a mulher de Funaro, Raquel Pitta, desde julho de 2016. Raquel confirmou em depoimento à Polícia Federal que a abordagem de Geddel indicava que o ex-ministro estava interessado em saber da disposição do marido em firmar o acordo de colaboração.

O peemedebista ligaria em horários noturnos para a familiar do operador preso para saber do “estado de ânimo” dele. A esposa de Funaro disse ainda ter ouvido do marido que “ele (Geddel) está sendo gomem e cumprindo o combinado”, sem explicar que tipo de combinado seria, mas imaginando que fosse uma “assistência à família”.

Em depoimento à Polícia Federal, Funaro afirmou que essas ligações provocaram um sentimento de receio sobre algum tipo de retaliação que pudesse sofrer caso optasse por um acordo de delação.

Ao realizar essas ligações, diz o MPF, Geddel tentou embaraçar as investigações contra a organização criminosa alvo da Sépsis e Cui Bono? – a primeira apura corrupção na liberação de valores do Fi-FGTS e a segunda mira irregularidades na vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa.

Geddel Vieira Lima chegou a ser preso em julho durante a Operação Cui Bono?” (expressão latina que significa “a quem beneficia?”) da Polícia Federal, mas foi liberado para ficar em prisão domiciliar.

Os procuradores Anselmo Lopes Cordeiro e Sara Moreira assinam a denúncia contra Geddel.

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