Ex-Odebrecht com prisão decretada na Lava Jato já estava preso na Suíça

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2016 15h11
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São Paulo - Polícia Federal chega a construtora Odebrecht na 23ª fase da Operação Lava Jato( Rovena Rosa/Agência Brasil) Rovena Rosa/Agência Brasil 40 auditores Da Polícia Federal trabalham na fase que investiga Lula

A Justiça brasileira se surpreendeu com a informação de que Fernando Migliaccio da Silva está preso na Suíça desde quinta-feira passada (18). O ex-funcionário da empreiteira Odebrecht teve prisão preventiva decretada pela Operação Lava Jato nesta segunda (22), mas já estava detido em investigação independente do ministério público suíço desde quatro dias antes.

A Odebrecht é investigada em apuração autônoma no país europeu, diz o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro. Isso “pode indicar a relação da prisão com as investigações do caso Lava Jato”, dizem as atuoridades. “Contudo” ainda “são ignoradas as razões que levaram à sua detenção”.

A decisão da Lava Jato que pedia a prisão de Migliaccio é de 11 de fevereiro, mas foi expedida apenas ontem. Por isso, “a prisão executada na Suíça não tem relação com o mandado expedido no Brasil, que era desconhecido pelas autoridades estrangeiras”, garante o MPF.

Entenda

A investigação de Migliaccio na Lava Jato tem por base evidências de que ele gerencia contas usadas pela Odebrecht no exterior para pagar propinas para autoridades do Brasil e de outros países.

Ele se inseria, segundo tais provas, no contexto de um grupo de pessoas subordinadas a Marcelo Odebrecht que controlavam contas escondidas no exterior, em nome de empresas offshores, tais como Klienfeld e Constructora del Sur.

Migliaccio tinha endereço de e-mail hospedado na Odebrecht e recebeu, por correio eletrônico, mensagem contendo pagamento aparentemente destinado para autoridade argentina da Secretaria de Transportes, com a qual há notícias de que a empresa mantinha contrato, o que foi confirmado em contato com autoridades argentinas.

Além disso, há provas de que Migliaccio, assim como outro gestor das contas, mudou-se para o exterior logo após as buscas e apreensões feitas sobre a empresa, em 19 de junho de 2015.

O MPF avalia que o fato disso ter ocorrido logo após as buscas e o pagamento pela Odebrecht de suas despesas de mudança e manutenção no exterior apontam para a existência de manobras orquestradas por Marcelo Odebrecht e seus funcionários, destinadas à evasão e a dificultar ações de investigação das autoridades brasileiras.

Com informações oficiais da assessoria do Ministério Público Federal

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