Ex-presidente da Sete Brasil se recusa a responder perguntas na CPI da Petrobras
Nesta terça-feria, o ex-presidente da empresa Sete Brasil João Carlos de Medeiros Ferraz disse à CPI da Petrobras que vai usar seu direito constitucional de não responder as perguntas. Ferraz, acusado de receber propina de estaleiros contratados pela Petrobras, compareceu à CPI amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal.
Ferraz, ex-funcionário da Petrobras, se recusou a responder até mesmo a pergunta feita pelo relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) sobre quando ingressou na Petrobras. “Por orientação dos meus advogados vou permanecer em silêncio”, limitou-se a dizer.
“É uma frustração, mas como ele se recusa a responder vou abdicar das perguntas que faria”, disse Luiz Sérgio.
Acusações
Ferraz foi acusado de receber propina pelo ex-gerente da área de Serviços da Petrobras Pedro Barusco. Segundo Barusco, os estaleiros contratados pela Sete Brasil para construir as sondas (ao custo unitário de 800 milhões de dólares) pagaram propina de 1% sobre os contratos, dividida da seguinte maneira: 2/3 para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, e o restante para ele, Barusco, Ferraz e Eduardo Musa (então diretor de Participações).
A Sete Brasil é uma empresa privada, criada por iniciativa da própria Petrobras em 2011 para construir sondas de perfuração. O objetivo na época era reunir acionistas, como bancos e a própria Petrobras, para viabilizar financeiramente o projeto de adicionar conteúdo nacional ao s equipamentos, até então comprados no exterior.
Como o ex-presidente da Sete Brasil está sendo ouvido como testemunha, e não como acusado, o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), optou por não dispensá-lo da audiência.
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