Ex-presidente de conselho da Sete Brasil diz que auditoria não detectou propina

  • Por Agência Câmara Notícias
  • 16/06/2015 15h51
Alex Ferreira / Câmara dos Deputados Ex-presidente do Conselho Administrativo da Sete Brasil

O ex-presidente do Conselho Administrativo da Sete Brasil, Newton Carneiro da Cunha disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras que auditoria contratada pela empresa quando surgiram suspeitas de irregularidades e pagamento de propinas não detectou indícios de corrupção nos contratos entre a Sete Brasil e a Petrobras.

“Nós soubemos das declarações do Pedro Barusco (ex-gerente da área de Serviços da Petrobras) em novembro de 2014, mas antes mesmo disso contratamos uma auditoria nos contratos e nada foi encontrado”, disse.

A auditoria, segundo ele, foi feita pela Pricewaterhouse. “Mas o senhor não desconfiava de nada? O Barusco afirmou que os estaleiros contratados pela Sete Brasil pagaram propina a ele e outros diretores da empresa”, perguntou o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), autor do requerimento de convocação. “A Sete Brasil também é vítima nesse processo”, respondeu Cunha.

Segundo Pedro Barusco, os estaleiros contratados pela Sete Brasil para construir as sondas (ao custo unitário de 800 milhões de dólares) pagaram propina de 1% sobre os contratos, dividida da seguinte maneira: dois terços para o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o restante para ele, Barusco, e outros dois diretores da empresa, inclusive João Carlos de Medeiros Ferraz.

Ferraz compareceu à CPI hoje munido de um habeas corpus e se recusou a responder as perguntas dos deputados.

Sondas de perfuração
A Sete Brasil é uma empresa privada, criada por iniciativa da própria Petrobras em 2011 para construir sondas de perfuração. O objetivo na época era reunir acionistas, como bancos e a própria Petrobras, para viabilizar financeiramente o projeto de adicionar conteúdo nacional aos equipamentos, até então comprados no exterior.

A Sete Brasil enfrenta dificuldades financeiras depois da Operação Lava Jato e depende de financiamentos para concluir a construção de 17 das 28 sondas de perfuração contratadas pela Petrobras, um investimento de mais de 20 bilhões de dólares e que envolve 150 mil empregos diretos.

A empresa parou de pagar os estaleiros contratados por ela em novembro, depois que o BNDES não liberou o empréstimo de 18 bilhões de dólares – financiamento que tinha sido aprovado pela diretoria do banco quando a empresa foi criada.

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