Ex-presidente do Peru diz que não foge da Justiça

  • Por Estadão Conteúdo
  • 04/02/2017 12h08
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LIM01. LIMA (PERÚ), 03/01/2017.- Fotografía del edificio de Odebrecht hoy, martes 3 de enero de 2017, en el distrito San Isidro de Lima (Perú). El pasado miércoles el Departamento de Justicia de Estados Unidos publicó un informe en el que señaló que Odebrecht y algunas de sus filiales pagaron aproximadamente 788 millones de dólares en sobornos en 12 países, incluido Brasil, para obtener contratos públicos. EFE/Germán Falcón EFE/Germán Falcón EFE - Fachada do prédio da Odebrecht em Lima

O ex­-presidente do Peru Alejandro Toledo, que governou o país entre 2001 e 2006, teria recebido US$ 20 milhões (cerca de R$ 62,5 milhões) em propina da Odebrecht, segundo investigações do Ministério Público do Peru divulgadas pela imprensa do país na noite de sexta-feira, 3. Toledo está em viagem pela Europa e disse considerar as acusações uma forma de vingança por ter liderado protestos que culminaram com a queda do ex-­presidente Alberto Fujimori, em 2000.

“Estarei pronto para colaborar com a Justiça. Nunca fujo dela. Mas Justiça, não vingança”, escreveu em uma rede social.

O dinheiro teria sido pago em troca de fraudes na licitação da Rodovia Interoceânica, conhecida como Estrada do Pacífico, que liga o Acre ao sul do Peru. De acordo com o jornal “La Republica”, o Ministério Público do pais pedirá a prisão de Toledo.

Investigadores peruanos dizem ter comprovado a existência de US$ 11 milhões (R$ 34,4 milhões) em uma conta do empresário Josef Maiman, amigo próximo de Toledo. O dinheiro teria sido repassado depois a empresas sediadas em paraísos fiscais.

As investigações no Peru começaram após vir a tona, em dezembro de 2016, documentos do Departamento de Justiça dos EUA revelando que a Odebrecht pagou US$ 3,4 bilhões em propinas desde 2001 em 12 países da América Central, América do Sul e África.

Segundo o Departamento de Justiça americano mais de cem projetos foram negociados em troca de suborno. No período investigado, a empreiteira pagou propinas por obras em Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela.

Em dezembro de 2016, a Odebrecht e a Braskem fecharam um acordo com a Justiça dos EUA, da Suíça e do Brasil no qual admitiu ter pago US$ 20 milhões a um “alto funcionário peruano” para ser contratada em um projeto de infraestrutura.

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