Ex-presidente rebate comentários que associam o BNDES à corrupção

  • Por Agência Câmara Notícias
  • 03/09/2015 14h50
Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados Ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

O ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Demian Fiocca classificou de “injustos e equivocados” os comentários que associam o banco à corrupção. Durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura supostas irregularidades em operações da instituição, Fiocca rebateu comentários de deputados da oposição, como Betinho Gomes (PSDB-PE) e João Gualberto (PSDB-PA), para quem os escândalos do mensalão e de corrupção na Petrobras estão interligados e têm relação, mesmo que de forma indireta, com o BNDES, sobretudo pelo financiamento do banco a empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Demian Fiocca negou que tenha filiação partidária e garantiu que a política de financiamentos do BNDES é “impessoal e republicana”, também voltada para a geração de empregos no Brasil. Reafirmou ainda a confiança nos instrumentos de avaliação de risco de crédito e nas garantias oferecidas aos financiamentos. “Para mim, não existe uma percepção de corrupção associada ao BNDES. Isso é injusto e equivocado. Os comentários que ouço são positivos e a reputação do banco é boa”, destacou o ex-presidente.

Fiocca lembrou que deixou o banco há oito anos e retornou nesta semana apenas para se atualizar de dados que pudessem ser alvo de questionamentos na CPI. Ele disse não ter encontrado nenhum ambiente de preocupação diante da investigação. “O banco está seguro da lisura de suas operações.”

Os deputados de oposição citaram ainda matéria do jornal O Globo, de 2014, sobre uma ação da Operação Lava Jato que teria abortado a tentativa da Mare Investimentos, da qual Demian Fiocca é sócio, de assumir o controle acionário da Ecoglobal Ambiental, empresa que chegou a assinar um contrato de R$ 444 milhões com a Petrobras. Segundo a matéria, haveria ligação entre a Ecoglobal, o ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, presos na Lava Jato.

Quanto a esse caso específico, Demian Fiocca frisou que o negócio não foi concretizado e data de período posterior a sua passagem no BNDES.

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