Ex-secretário depõe na PF sobre irregularidades no setor de transportes do Rio

  • Por Agência Brasil
  • 15/08/2017 13h30 - Atualizado em 15/08/2017 13h41
Fellippo Brando / Alerj Rodrigo Bethlem é acusado de atuar como intermediário no esquema de pagamento de propina por parte das empresas de ônibus com o objetivo de obter vantagens do poder público para o setor

Terminou o depoimento do ex-deputado e ex-secretário da Ordem Pública do prefeito Eduardo Paes, Rodrigo Bethlem, na sede da Polícia Federal (PF), onde se apresentou espontaneamente por volta das 10 horas depois de ter sido alvo de uma operação para o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão decorrentes de suspeitas de envolvimento nas irregularidades no setor de transporte do estado do Rio de Janeiro e que desencadeou a Operação Ponto Final, determinada pelo juiz da 7ª Vara Criminal do Rio, Marcelo Bretas.

Ao sair, depois de duas horas, declarou apenas que estava “tudo esclarecido”.

A operação é um desdobramento da Operação Ponto Final, que já levou à prisão diversos empresários do setor de transportes do estado, inclusive um dos mais importantes, Jacob Barat Filho, e o presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), Lélis Teixeira. Barat foi preso no dia 2 do mês passado quando embarcava para Portugal e o presidente da Fetransport no dia seguinte.

Logo pela manhã, a Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Rodrigo Bethlem, que também ocupou a pasta de Assistência Social na gestão de Eduardo Paes, inclusive na casa do ex-secretário em um condomínio na Barra da Tijuca.

O MPF quer entender mensagens encontradas nos celulares de presos da Operação Ponto Final, que deu início às investigações de pagamento de propinas no setor de transportes do estado. As mensagens foram encontradas entre dezembro e janeiro do ano passado. Elas indicam que Rodrigo Bethlem atuava como intermediário no esquema de pagamento de propina por parte das empresas de ônibus com o objetivo de obter vantagens do poder público para o setor.

Pagamento a Cabral

No último dia 8, ainda por irregularidades no setor de transportes, o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) ofereceu mais duas denúncias contra o ex-governador Sérgio Cabral acusado de ter recebido cerca de R$ 144,7 milhões do esquema entre 2010 e 2016.

Cabral está preso desde novembro do ano passado, acusado de chefiar um esquema de corrupção que teria desviado centenas de milhões de reais dos cofres públicos, tendo sido transferido, em maio último, do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste da cidade, para um presídio em Benfica, na zona norte.

Prefeitura rebate

Em nota, a Prefeitura do Rio de Janeiro repudiou “com veemência as insinuações descabidas de qualquer possibilidade de escândalos no setor de transporte do governo anterior ter continuado na atual gestão”.

A nota lembra, ainda, que “no mês passado, a prefeitura conseguiu impedir novamente o aumento da tarifa de ônibus urbanos do município, contrariando a reivindicação dos empresários e até decisão de primeira instância da justiça”. A nota de esclarecimento da prefeitura afirma, ainda, que “a gestão municipal, sempre à disposição das autoridades, é pautada pela transparência e respeito às leis”.

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