Exclusivo: advogado de Nestor Cerveró diz que prisões servem para coagir e obter informações

  • Por Jovem Pan
  • 14/01/2015 09h12
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Nestor Cerveró EFE/FERNANDO BIZERRA JR. Nestor Cerveró

O advogado do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, afirmou nesta quarta-feira (14) que desconhece a razão da prisão de Cerveró. De acordo com Ribeiro, seu cliente estava voltando ao Brasil – ele estava em Londres – para prestar depoimento ao Ministério Público Federal.

“Não vejo motivo nenhum para essa prisão preventiva até porque desde abril – ou seja, nove meses atrás – Nestor Cerveró se apresentou tanto ao MPF como à Polícia Federal dizendo que estava à disposição para qualquer esclarecimento, e nunca foi ouvido por qualquer desses órgãos”, afirmou.

Questionado sobre a posição de Cerveró sobre a compra do navio sonda – em que Cerveró teria recebido propina -, Ribeiro afirmou que seu cliente não nada a dizer. “Ele agiu de acordo com as normas da Petrobras”, limitou-se.

O advogado ainda foi perguntado sobre a compra ter sido feita com anuência do Conselho de Administração e declarou que houve o consentimento de toda a diretoria.

“Isso é um absurdo”, afirmou Ribeiro ao jornalista JOVEM PAN Paulo Pontes quando este questionou o fato de Cerveró movimentar milhares de reais entre contas bancárias durante o processo. Para ele, isso não é crime. “Se ele ia transferir dinheiro para a sua filha e não o fez – e mesmo que tivesse feito – onde que está o crime?”, perguntou-se.

O advogado disse ainda que é preciso discutir a legalidade do decreto de prisão preventiva. Para ele, nenhum cidadão pode esperar que se prenda para obter informação. “O que tem acontecido é isso, tem prendido as pessoas, ou seja, estão sendo coagidas para elas prestarem delações premiadas”, disse.

Ouça a entrevista completa no áudio com o jornalista JOVEM PAN Anchieta Filho.

 

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