FAB investiga se militar preso por transportar cocaína passou por raio-x

  • Por Jovem Pan
  • 27/06/2019 18h19 - Atualizado em 27/06/2019 18h23
Divulgação/Facebook Divulgação/Facebook Porta-voz disse que os voos da FAB passam por procedimentos de segurança mas "que isso depende da infraestrutura de cada aeroporto"

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (27), o porta-voz do Comando da Aeronáutica, Major Aviador Daniel Rodrigues Oliveira, informou que a investigação do sargento preso por transportar 39 kg de cocaína no avião da Força Aérea Brasileira (FAB), feita pelo Inquérito Penal Militar (IPM), irá apurar se a tripulação passou por algum tipo de inspeção antes de entrar na aeronave.

De acordo com ele, os voos da FAB, em geral, passam por procedimentos de segurança, como raio-x, mas “que isso depende da infraestrutura de cada aeroporto”. Oliveira não quis comentar, no entanto, se neste voo em específico o sargento foi inspecionado e respondeu somente que essas informações “correm em sigilo”.

“Todo embarque em voo com o presidente da República realizado na Estação de Autoridades da ALA 1 conta com o apoio de equipamento de raio-x, sendo todas as malas e bagagens de mão efetivamente verificadas, inclusive a dos tripulantes dessa aeronave. Os procedimentos de verificação são executados pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República”, afirmou.

Ele explicou, entretanto, que como a aeronave em que viajou o militar era de apoio à missão presidencial, o GSI não teve ingerência sobre os procedimentos de segurança de embarque. Por isso, as medidas de segurança adotadas “estão sendo apuradas pelo IPM instaurado”.

“Medidas de prevenção a esse tipo de ilícito são adotadas regularmente. Em vista do ocorrido, essas medidas serão reforçadas”, completou.

O prazo para a conclusão do inquérito é de 40 dias, prorrogável por 20 dias. Se o sargento for condenado, será expulso das Forças-Armadas.

Ministro disse que não há efetivo para esquema de vigilância

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, afirmou que todos os que entram no avião presidencial têm a mala revistada, inclusive o presidente da República, mas que não há “efetivo” para manter o esquema de vigilância por todo o tempo.

“Todo mundo tem a sua mala revistada, inclusive nós, a do presidente da República, a do ajudante de ordem. O que vocês têm que entender é que esse sargento era da comissaria, ele chega muito antes. Você não tem efetivo para manter todo tempo um esquema de vigilância”, disse o general.

O ministro da GSI descartou a possibilidade de mudar algo na segurança do próprio presidente. Segundo ele, a Força Aérea Brasileira (FAB) já se posicionou sobre o tema para corrigir o esquema de segurança, mas o GSI não atuará na questão.

Bolsonaro não estava no avião

O major Oliveira assegurou ainda que o sargento não integrava, em nenhum momento, a tripulação da aeronave presidencial que transportava Jair Bolsonaro. Segundo ele, o avião em que estava o militar, como passageiro, pousou em Sevilha e somente depois seguiu para o Japão.

“Assim, o militar em questão não integraria, em nenhum momento, a tripulação da aeronave presidencial, uma vez que o retorno da aeronave que transporta o presidente da República não passará por Sevilha, mas por Seattle, Estados Unidos”, explicou.

Oliveira informou também que o consulado-geral do Brasil em Madri disse que já manteve contato telefônico com o acusado e com seus familiares no Brasil, e destacou um vice-cônsul para manter contato com as autoridades policiais e judiciárias e visitar o militar detido, a fim de acompanhar sua situação. Um advogado de defesa já foi designado pelo Estado espanhol.

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