Família acusa polícia pela morte de Marcos Vinicius na Maré

  • Por Agência Brasil
  • 21/06/2018 11h48
Fernando Frazão/Agência Brasil Garoto Marcos Vinicius da Silva, de 14 anos, foi baleado no caminho da escola, no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro

Marcos Vinicius da Silva, de 14 anos, não queria perder a aula da última quarta-feira (20). Ele acordou às 8h, atrasado, e saiu apressado em um caminho que não durava mais de 20 minutos. Correndo como naquele dia, seriam só 15 minutos, mas ele foi baleado e morreu no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na noite de ontem. Para a família, o Estado é o culpado pela morte.

Minutos depois que Marcos Vinicius saiu de casa na manhã de ontem, teve início uma operação da Polícia Civil no Complexo da Maré, onde ele nasceu e foi criado. Segundo a corporação, a ação buscava o cumprimento de 23 mandados de prisão e prender os suspeitos de terem participado da morte do chefe de operações da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod). Houve tiroteio, e outras seis pessoas morreram.

Morador da Vila Pinheiro, o adolescente percebeu que não conseguiria cruzar a comunidade em meio aos tiros e chegar até o Centro Integrado de Educação Pública Operário Vicente Mariano, onde estudava. Ele decidiu voltar para casa, mas foi atingido nesse percurso.

A história é narrada pelos pais de Marcos Vinicius, que foram hoje ao Instituto Médico Legal (IML) liberar seu corpo. José Gerson da Silva, de 37 anos, trabalhava como pedreiro quando recebeu a notícia, de uma vizinha.

“Ele já estava próximo de casa. Só precisava andar mais uns 100 metros e já estaria seguro”, conta ele, que só conseguiu ver o filho quando já estava entubado, no Hospital Getúlio Vargas, na zona norte do Rio.

 

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