Família acusa polícia pela morte de Marcos Vinicius na Maré
Marcos Vinicius da Silva, de 14 anos, não queria perder a aula da última quarta-feira (20). Ele acordou às 8h, atrasado, e saiu apressado em um caminho que não durava mais de 20 minutos. Correndo como naquele dia, seriam só 15 minutos, mas ele foi baleado e morreu no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na noite de ontem. Para a família, o Estado é o culpado pela morte.
Minutos depois que Marcos Vinicius saiu de casa na manhã de ontem, teve início uma operação da Polícia Civil no Complexo da Maré, onde ele nasceu e foi criado. Segundo a corporação, a ação buscava o cumprimento de 23 mandados de prisão e prender os suspeitos de terem participado da morte do chefe de operações da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod). Houve tiroteio, e outras seis pessoas morreram.
Morador da Vila Pinheiro, o adolescente percebeu que não conseguiria cruzar a comunidade em meio aos tiros e chegar até o Centro Integrado de Educação Pública Operário Vicente Mariano, onde estudava. Ele decidiu voltar para casa, mas foi atingido nesse percurso.
A história é narrada pelos pais de Marcos Vinicius, que foram hoje ao Instituto Médico Legal (IML) liberar seu corpo. José Gerson da Silva, de 37 anos, trabalhava como pedreiro quando recebeu a notícia, de uma vizinha.
“Ele já estava próximo de casa. Só precisava andar mais uns 100 metros e já estaria seguro”, conta ele, que só conseguiu ver o filho quando já estava entubado, no Hospital Getúlio Vargas, na zona norte do Rio.
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