Favela pega fogo na véspera de reintegração de posse em São Paulo

  • Por Jovem Pan
  • 24/03/2019 08h07 - Atualizado em 24/03/2019 10h38
WILLIAN MOREIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Fogo começou por volta das 19h30 de sábado

Um incêndio de grandes proporções atingiu a Favela do Cimento, na Avenida Radial Leste – altura do Viaduto Bresser -, na zona leste de São Paulo. O fogo começou por volta das 19h30 de sábado (23) e foi contido duas horas depois por bombeiros.

Não houve feridos nem mortos. De acordo com a Polícia Militar, as causas do fogo ainda são desconhecidas. Diversos barracos de madeira foram destruídos e, nas calçadas, era possível ver móveis fumegando, metais retorcidos e restos de lixo espalhado.

No período em que o Corpo de Bombeiros trabalhava para apagar todos os focos do incêncio, o trânsito no Viaduto Bresser foi bloqueado por viaturas policiais. A via só foi liberada para o tráfego de veículos pouco após as 21 horas.

Reintegração

Em nota divulgada na sexta-feira (22), a prefeitura informou que a justiça cumpriria neste domingo (24) uma decisão de reintegração de posse na área, que era invadida. A ordem foi expedida pela juíza Maria Gabriela Pavlopoulos Spaolonzi.

“As tratativas com as famílias foram adotadas inúmeras vezes pela prefeitura e em audiências na expectativa de que elas aceitem a oferta de acolhimento na rede do município, visto que já recusaram outras propostas”, informou o governo municipal.

“O local é de alto risco, ao apresentar situações de risco de incêndio e atropelamento. As famílias foram orientadas a aceitar a rede de acolhimento e a desocupar o local. O município dispõe vagas adaptadas ao perfil familiar e também para solteiros.”

Desocupação

Na manhã deste domingo (24), a prefeitura informou que parte das 215 pessoas – entre elas 66 crianças – que habitavam o terreno já haviam sido encaminhadas a centro de acolhimento ou beneficiadas com passagens rodoviárias para irem a outras cidades.

De acordo com o governo municipal, a maior parte das pessoas que residia na área invadida já havia abandonado voluntariamente o local antes do incêndio, em razão da reintegração de posse que aconteceu nesta manhã e já estava prevista anteriormente.

“Assistentes sociais vão continuar conversando diariamente com as pessoas que não aceitaram ir para nossos centros de acolhimento”, informou o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, José Castro. Gatos e cachorros também foram recolhidos.

Ele destacou que não há prazo definido para essas pessoas permaneçam nos centros de acolhimento da capital. “Será feito um trabalho multidisciplinar para que as pessoas recuperem sua autonomia, possam conseguir emprego e moradia”, afirmou Castro.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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