Favreto, Moro e Gebran: criminalista Celso Vilardi acredita que todos tomaram decisões equivocadas

  • Por Jovem Pan
  • 08/07/2018 19h00
EFE "Há interferência política clara. Essa disputa é política", disse ele

O imbróglio envolvendo o pedido de soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tomou conta da tarde deste domingo (8) poderia ter sido resolvido em pouquíssimo tempo. É nisso que acredita o criminalista Celso Vilardi, que, em entrevista à Jovem Pan, declarou que todos os envolvidos no caso tomaram decisões equivocadas durante o dia.

“É um dia triste para o Poder Judiciário. Ele se apequenou de forma constrangedora. Foi uma sucessão de erros e decisões equivocadas. Acho que foi equivocada a decisão do plantonista Rogério Favreto, foi equivocada a decisão do juiz Sergio Moro em se pronunciar sobre um caso hierarquicamente superior, foi equivocada a decisão de João Pedro Gebran Neto, em recesso, se manifestar sobre a decisão do plantonista. E creio que houve falta de tomada de atitude por parte do Ministério Público Federal. A crise deveria ser decidida perante o STF que está julgando o caso do Lula”, explicou.

“Todos perderam. O Judiciário inteiro. Fica uma disputa de egos, juízes com decisões de internet, quando na verdade o grande argumento contra o plantonista seria o de que o caso está sendo julgado pelo STF. A questão é simples. É de jurisdição. Quem tem que resolver e arbitrar é a Suprema Corte. Isso se resolve com uma reclamação. Uma petição de uma página do MPF endereçada a Carmen Lúcia resolveria. Com isso, ela decidiria se é o Supremo que decide ou se o que vale é o plantonista”, completou.

“Qualquer juiz de primeira instância sabe que a questão não apresenta nenhuma complexidade. Essa disputa é ridicula. Nada mais que isso. É inacreditável estarmos há 8 horas em uma crise que poderia ser sanada com uma simples medida (…). Há interferência política clara. Essa disputa é política”, concluiu.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.