Festival Videobrasil reúne obras de 50 artistas contemporâneos em São Paulo
O Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil chega à 20ª edição, mostrando os trabalhos de 50 artistas de 25 países, sendo 15 brasileiros. A mostra pode ser vista até janeiro no Sesc Pompeia, na zona oeste da capital paulista. Com diversos tipos de linguagens, estão presentes vídeos, fotografias, instalações, esculturas, gravuras e um jardim artificial. Além da exposição, há ampla programação de performances.
A seleção foi montada a partir dos 3,2 mil trabalhos inscritos para participar do festival. A curadoria estabeleceu então seis linhas temáticas como proposta de olhar sobre as obras. “Os eixos quase que são dados pela leitura das obras que nos chegam. É um processo mais difícil, mas mais dinâmico e acho que mais relevante também”, disse a curadora Solange Farkas a respeito do processo do festival, de estabelecer uma linha a partir da produção, em vez de buscar trabalhos que se enquadrem em uma proposta pré-definida.
Nesse contexto, uma parte da produção, especialmente a brasileira, fala do cenário sociopolítico atual. “São trabalhos muito presentes, obras que falam de questões políticas, política contemporânea brasileira, política dessas regiões do mundo que, como o Brasil, passam por um momento de tensão muito grande”, destaca Solange a respeito, principalmente, das obras agrupadas nos eixos Políticas de Resistência e Histórias Invisíveis. Também compõem a mostra as linhas Cosmovisões, Ecologias, Reinvenção da Cultura e Outros Modernismos.
Algumas das leituras buscam elementos do passado para tentar compreensões do presente. Segundo Solange, artistas brasileiros fazem uma revisão do momento político das décadas de 1960 e 1970, da ditadura militar, contrapondo com o que está acontecendo hoje, de tensão da ordem política, de uma onda de conservadorismo. “Todas essas questões que estão afligindo, não somente a sociedade brasileira, mas, infelizmente, o mundo inteiro”, comentou a curadora.
Olhar para o passado e propostas para o futuro
Os slogans produzidos na época do regime ditatorial são a matéria-prima do vídeo “Brasil”, de Jaime Lauriano. A obra explora o patriotismo baseado em símbolos nacionais e datas comemorativas das propagandas televisivas da época para mostrar como foi fabricada o discurso de um país pacificado.
Graziela Kunsch, no vídeo “Escolas”, trabalha em cima do conflito ocorrido durante as manifestações estudantis de 2015, quando secundaristas ocuparam mais de 200 escolas em São Paulo contra a proposta do governo estadual de fechar diversos estabelecimentos de ensino. O trabalho é composto por uma sequência de fotografias sem som, que dialogam com a estética de um trabalho escolar.
Para a curadora, os artistas vão além da simples apresentação dos fatos, mas trazem propostas para os próximos anos. “Os artistas também se alimentam dessas questões nas suas obras e trazem um comentário não só de relato apenas, mas também com as suas poéticas, sugestões e novas narrativas que, às vezes, apontam um caminho futuro menos sombrio”, diz Solange.
Em outros trabalhos, o mergulho no passado vai mais além, propondo leituras contemporâneas a partir de elementos da raiz cultural. “São trabalhos que olham para um passado, para a questão da ancestralidade, das referências históricas. Por exemplo, você tem a presença de trabalhos contemporâneos usando mídias e suportes que dizem respeito a uma ancestralidade, como o têxtil”, explica a curadora.
O Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil chega à 20ª edição, mostrando os trabalhos de 50 artistas de 25 países, sendo 15 brasileiros. A mostra pode ser vista até janeiro no Sesc Pompeia, na zona oeste da capital paulista. Com diversos tipos de linguagens, estão presentes vídeos, fotografias, instalações, esculturas, gravuras e um jardim artificial. Além da exposição, há ampla programação de performances.
A seleção foi montada a partir dos 3,2 mil trabalhos inscritos para participar do festival. A curadoria estabeleceu então seis linhas temáticas como proposta de olhar sobre as obras. “Os eixos quase que são dados pela leitura das obras que nos chegam. É um processo mais difícil, mas mais dinâmico e acho que mais relevante também”, disse a curadora Solange Farkas a respeito do processo do festival, de estabelecer uma linha a partir da produção, em vez de buscar trabalhos que se enquadrem em uma proposta pré-definida.
Nesse contexto, uma parte da produção, especialmente a brasileira, fala do cenário sociopolítico atual. “São trabalhos muito presentes, obras que falam de questões políticas, política contemporânea brasileira, política dessas regiões do mundo que, como o Brasil, passam por um momento de tensão muito grande”, destaca Solange a respeito, principalmente, das obras agrupadas nos eixos Políticas de Resistência e Histórias Invisíveis. Também compõem a mostra as linhas Cosmovisões, Ecologias, Reinvenção da Cultura e Outros Modernismos.
Algumas das leituras buscam elementos do passado para tentar compreensões do presente. Segundo Solange, artistas brasileiros fazem uma revisão do momento político das décadas de 1960 e 1970, da ditadura militar, contrapondo com o que está acontecendo hoje, de tensão da ordem política, de uma onda de conservadorismo. "Todas essas questões que estão afligindo, não somente a sociedade brasileira, mas, infelizmente, o mundo inteiro”, comentou a curadora.
Olhar para o passado e propostas para o futuro
Os slogans produzidos na época do regime ditatorial são a matéria-prima do vídeo “Brasil”, de Jaime Lauriano. A obra explora o patriotismo baseado em símbolos nacionais e datas comemorativas das propagandas televisivas da época para mostrar como foi fabricada o discurso de um país pacificado.
Graziela Kunsch, no vídeo “Escolas”, trabalha em cima do conflito ocorrido durante as manifestações estudantis de 2015, quando secundaristas ocuparam mais de 200 escolas em São Paulo contra a proposta do governo estadual de fechar diversos estabelecimentos de ensino. O trabalho é composto por uma sequência de fotografias sem som, que dialogam com a estética de um trabalho escolar.
Para a curadora, os artistas vão além da simples apresentação dos fatos, mas trazem propostas para os próximos anos. “Os artistas também se alimentam dessas questões nas suas obras e trazem um comentário não só de relato apenas, mas também com as suas poéticas, sugestões e novas narrativas que, às vezes, apontam um caminho futuro menos sombrio”, diz Solange.
Em outros trabalhos, o mergulho no passado vai mais além, propondo leituras contemporâneas a partir de elementos da raiz cultural. “São trabalhos que olham para um passado, para a questão da ancestralidade, das referências históricas. Por exemplo, você tem a presença de trabalhos contemporâneos usando mídias e suportes que dizem respeito a uma ancestralidade, como o têxtil”, explica a curadora.
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