FHC pede respeito à constituição e fala em renúncia: “País tem pressa”

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2017 13h29
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participa de debate sobre Reformas da política global sobre drogas: impactos na América Latin, organizado pela Open Society Foundations (Tânia Rêgo/Agência Brasil) Tânia Rêgo/Agência Brasil Fernando Henrique Cardoso - Ag Brasil

Em seu primeiro pronunciamento após a bombástica delação da JBS, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu “respeito à constituição” e defendeu a renúncia dos “atingidos” pelas “gravações e acusações” em caso de defesa não convincente. Michel Temer e Aécio Neves foram os principais alvos da delação de Joesley e Wesley Batista, donos do frigorífico.

“A solução para a grave crise atual deve dar-se no absoluto respeito à constituição. É preciso saber com maior exatidão os fatos que afetaram tão profundamente nosso sistema político e causaram tanta indignação e decepção. É preciso dar publicidade às gravações e ao fundamento das acusações”, afirmou FHC, em nota emitida nesta quinta-feira em sua página no Facebook.

De acordo com o ex-presidente, se a defesa dos acusados não for convicente a ponto de apresentar evidências que os inocentem, a saída mais recomendável é a renúncia – tanto Temer quanto Aécio ocupam cargos públicos: o primeiro é o presidente da República, enquanto o segundo é dono de uma das cadeiras do Senado.

“Se as alegações de defesa não forem convincentes, e não basta argumentar são necessárias evidências, os implicados terão o dever moral de facilitar a solução, ainda que com gestos de renúncia. O País tem pressa”, definiu FHC. “Não para salvar alguém ou estancar investigações. Pressa para ver na pratica medidas econômico-sociais que deem segurança, emprego e tranquilidade aos brasileiros. E pressa, sobretudo, para restabelecer a moralidade nas instituições e na conduta dos homens públicos”, finalizou. 

O presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o senador Aécio Neves (PSDB) foram os principais alvos da delação premiada de Joesley e Wesley Batista, donos da JBS. De acordo com os empresários, Temer deu aval para a compra do silêncio de Eduardo Cunha, enquanto Aécio pediu R$ 2 milhões para quitar despesas referentes à sua defesa na Operação Lava Jato.

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