Estudo: ‘Fila única’ para UTIs públicas e privadas evitaria 14 mil mortes

  • Por Jovem Pan
  • 05/05/2020 12h51 - Atualizado em 05/05/2020 12h52
Marcelo Chello/Estadão Conteúdo Movimentação dentro da UTI do hospital Emílio Ribas, em São Paulo

Um estudo preliminar estima que a chamada “fila única”, que organizasse pessoas para serem atendidas em UTIs públicas e privadas independentemente de elas terem plano de saúde ou não, evitaria até 14,7 mil mortes pelo novo coronavírus em todo o Brasil.

Em São Paulo, onde há a maior quantidade de leitos, o uso de UTIs particulares para atender pacientes do SUS poderia prevenir algo entre 200 e mil mortes. Isso se o nível atual de confinamento, em cerca de 50% da população, permanecer igual.

Publicado no fim de semana por pesquisadores da FGV, USP, Universidade Federal da Paraíba e Instituto do Câncer e ainda sem revisão de cientistas independentes, o estudo calculou a probabilidade de infectados precisarem de UTIs em cada região, considerando o ritmo de mortes e infecções. A intenção era estimar em quais locais a rede pública seria suficiente para casos mais graves.

A conclusão é de que Nordeste, Norte e Sudeste terão mais dificuldade para atender à demanda, e precisarão dos leitos privados.

No Amazonas, por exemplo, mesmo a quantidade de UTIs em hospitais privados será insuficiente – seriam necessários novos leitos, mas essa necessidade esbarra na escassez de respiradores no mercado e de médicos e enfermeiros especializados em tratamento intensivo.

“Basicamente, nos estados onde o número de leitos (de UTI) totais é suficiente, isso só é verdade se houver fila única”, diz José Gallucci-Neto, que trabalha no Hospital das Clínicas e participou do estudo. “Se não fizer fila única, a mortalidade vai aumentar.”

Para ele, os resultados corroboram uma percepção de profissionais da área, que notaram diminuição da demanda em hospitais particulares. “Se o sistema público lotou, não pode deixar o sujeito morrer sem leito se a UTI do Hospital Einstein, por exemplo, tiver 60% livres”, opina o economista Samy Dana, do Grupo Jovem Pan.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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