Fiocruz e MSD fecham acordo para produzir primeiro antiviral oral contra a Covid-19 no Brasil
Molnupiravir teve seu uso emergencial aprovado pela Anvisa na última quarta-feira, 4; medicamento é usado para o tratamento de casos leves e moderados que tenham risco de progredir para versões mais graves
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) firmou nesta quinta-feira, 5, um acordo de cooperação de dois anos com a MSD (Merck Sharp & Dohme) para a produção do primeiro antiviral oral contra a Covid-19, o molnupiravir, no Brasil. O anúncio acontece um dia após a Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) conceder autorização de uso emergencial do medicamento, usado para o tratamento de casos leves e moderados que tenham risco de progredir para versões mais graves da doença. Além do Brasil, o remédio já recebeu autorização condicional pela MHRA (Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde), no Reino Unido, e pela EMA (Agência Regulatória Europeia) e de uso emergencial pelo FDA (EUA). Segundo a Fiocruz, o antiviral está sendo administrado em 17 países.
A empresa norte-americana irá transferir a tecnologia de produção do molnupiravir para a Fiocruz, que será responsável pela armazenagem, administração, rotulagem, embalagem, testagem, liberação, importação e fornecimento do remédio para o Sistema Única de Saúde (SUS). “O acordo prevê ainda a condução de ensaios clínicos, em parceria com a farmacêutica, para eventual uso em profilaxia de Covid-19, e o início de estudos experimentais de análise da atividade do medicamento em outros vírus também endêmicos no Brasil, como dengue e chikungunya”, detalha a Fiocruz. De acordo com o presidente da MSD no Brasil, Hugo Nisenbom, o contrato está sendo costurado desde o início de 2021. “Estamos conversando desde o início de 2021 com a Fiocruz sobre esta parceria. Agora, daremos seguimento para que a fundação possa atender à demanda do Ministério da Saúde o mais rápido possível”.
Recomendação de uso
A recomendação é de que o molnupiravir seja administrado logo após o resultado positivo de um teste contra a Covid-19 e durante os primeiros cinco dias de sintomas. O remédio, que reduziu em 50% a chance de internações e mortes pela doença para pacientes de risco, funciona como um inibidor da replicação do SARS-CoV-2, o vírus causador da Covid-19. Ele deve ser usado exclusivamente em pacientes com fatores de risco para o desenvolvimento da forma grave da doença, como obesidade, idade avançada, diabetes mellitus e doenças cardíacas.
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