Após fortes chuvas, Rio tem três mortes e mais de mil famílias afetadas

O governador Wilson Witzel se reuniu nesta segunda-feira (2) com o gabinete de crise para definir as providências que serão tomadas para atender os desabrigados e minimizar os impactos da chuva

  • Por Jovem Pan
  • 02/03/2020 14h51 - Atualizado em 02/03/2020 15h01
Reprodução Rio de Janeiro sofreu com as fortes chuvas neste final de semana

O estado do Rio de Janeiro foi um dos mais afetados pelas chuvas deste final de semana, sendo que os municípios da Baixada Fluminense foram os mais atingidos. Desde o último sábado, registrou-se a morte de três pessoas, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

Nesta segunda-feira (2), o governador Wilson Witzel convocou uma reunião do gabinete de crise para definir as providências que serão tomadas em conjunto com os demais órgãos para minimizar os efeitos das chuva. Segundo o governo do Rio, 1.300 famílias foram atingidas.

De acordo com a Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil, entre o último sábado e a manhã desta segunda, houve 349 chamados apenas na capital fluminense. Foram 121 por desabamento de estrutura, 79 deslizamentos de barreiras e encostas, 63 ameaças de desabamento de estrutura e 31 imóveis com rachadura e infiltração. Os bairros mais afetados foram Realengo, Taquara, Campo Grande, Bangu e Deodoro, todos na Zona Oeste.

Em Mesquita, na Baixada Fluminense, os bairros da Chatuba, Coreia, Centro e Santa Terezinha passam por um trabalho de desobstrução das ruas com retroescavadeiras e caminhões. Segundo a prefeitura, uma força-tarefa dos órgãos municipais atuaram nos locais neste domingo.

No Twitter, a prefeitura de Mesquita informou que os desabrigados poderão ficar na Escola Municipal Ernesto Che Guevara. Até barcos foram usados para acessar as áreas alagadas pelas chuvas. A Defesa Civil e a população tem trabalhado para recuperação e limpeza de casas e ruas.

O Rio Sarapuí transbordou e a prefeitura de Mesquita solicitou uma ação de limpeza Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A Prefeitura de São João de Meriti informou que a cidade entrou em estágio de Alerta Máximo às 11h50 deste domingo e às 12h08 todas as sirenes do município foram acionadas.

No balanço divulgado na manhã desta segunda, foram 20 chamados de emergência, com sete edificações interditadas devido ao risco de deslizamento de encosta, sendo seis no bairro Jardim Metrópole e uma no bairro Venda Velha. Quatro famílias estão desalojadas.

Ainda na baixada fluminense, a prefeitura de Magé informou que a alta da maré no canal que deságua na Baía de Guanabara contribuiu para os alagamentos na cidade. A prefeitura convocou uma força-tarefa para minimizar os prejuízos e prestar assistência às pessoas que moram em áreas de risco de deslizamento e zonas de alagamento, que foram encaminhadas para pontos de apoio.

A Defesa Civil interditou casas em áreas de risco. Um imóvel no bairro Lagoa desabou após o deslizamento de um morro. Dois moradores foram retirados dos escombros e levados para o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. Eles não apresentam fraturas e estão em estado estável.

Em Nova Iguaçu, a prefeitura informou que houve o maior volume pluviométrico acumulado em fevereiro desde 2008, com 331 milímetros. Há 23 desalojados e um desabrigado na cidade. A Defesa Civil também tem atuado no recolhimento de materiais de ajuda humanitária para os desabrigados e desalojados.

Museu alagado pela oitava vez

Pela oitava vez, o Museu Casa do Pontal foi alagado pela chuva que atingiu o Rio de Janeiro. Desde a noite desde domingo, a equipe da instituição trabalha para reduzir os prejuízos no local. O museu ficará fechado até a próxima sexta-feira (6).

A Casa do Pontal reúne mais de 9 mil obras de cerca de 300 artistas de 20 Estados brasileiros. O museu conta com certificação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O espaço é também tombado como patrimônio cultural do Rio de Janeiro.

Desde o ano passado, o museu realiza campanha de financiamento coletivo para finalizar as obras da nova sede. “A obra deve terminar no fim de julho e havia grande apreensão com as chuvas de verão. Infelizmente, o pior ocorreu de novo. Os prejuízos ainda estão sendo avaliados”, diz em nota a Casa do Pontal.

De acordo com o museu, as inundações de abril de 2019 e março de 2020 são resultado da urbanização no entorno da instituição, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na Barra da Tijuca. Com as edificações no entorno, o terreno onde o museu está localizado ficou abaixo da cota das novas ruas.

Agora, o museu deve ser transferido para a Barra da Tijuca, localizado também na Zona Oeste do Rio, onde recebeu da prefeitura um terreno.

“O objetivo do financiamento coletivo é finalizar a nova sede do Museu do Pontal para salvar definitivamente o maior acervo de arte popular do Brasil. Não podemos perder mais um museu, nem para os incêndios nem para as enchentes”, acrescenta a instituição.

*Com informações da Agência Brasil

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