Freixo acusa Crivella de cometer crime de responsabilidade e diz que nem todo impeachment é golpe
Diante da crise administrativa pela qual passa o Rio de Janeiro, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) defendeu o impeachment do prefeito Marcelo Crivella (PRB). Um dos principais líderes de esquerda no Estado, Freixo questionou o vídeo em que o presidente do PT-RJ se coloca contra o afastamento do prefeito.
“Estou aqui para questionar esse raciocínio de qualquer impeachment é golpe. Isso não é verdade. Quando não tem crime de responsabilidade e faz o impeachment, isso é golpe. Agora, o impeachment é previsto quando existe crime de responsabilidade. Crivella é governo ruim, por isso tem que ser derrotado no voto na próxima eleição. Mas ele não pode, porque foi eleito, fazer o que bem entende”, diz em vídeo divulgado nesta quarta-feira (11) em seu Twitter.
Em clara comparação ao impeachment sofrido por Dilma Rousseff, o deputado estadual acusa Crivella de improbidade administrativa e crime de responsabilidade. “Cabe investigação para abertura de impeachment, isso que a bancada do PSOL está fazendo. A gente precisa separar: impeachment é previsto em lei quando existe crime de responsabilidade. Não há dúvida que no Rio de Janeiro houve crime de responsabilidade e tem que ter impeachment. Acho que a gente tem que sair de cima do muro e se posicionar mais corretamente”, finalizou.
Confira o vídeo na íntegra:
Não é a hora de ficar em cima do muro. Nem todo impeachment é golpe. Crivella foi eleito democraticamente, mas agora cometeu crime de responsabilidade e improbidade administrativa. #ForaCrivella pic.twitter.com/3NIrYUBAIE
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) July 11, 2018
Pedido de impeachment contra Crivella
Vereadores de oposição na Câmara Municipal do Rio conseguiram nesta terça-feira, 10, as 17 assinaturas necessárias para convocar uma sessão extraordinária para discutir a abertura de processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB). Agora, parlamentares deverão interromper o recesso para analisar a conduta do prefeito.
Em reunião fechada no Palácio da Cidade, na semana passada, ele ofereceu a líderes religiosos ajuda para obter cirurgias de catarata e varizes, pelo SUS, para fiéis. Também acenou com a possibilidade de ajuda a pastores com problemas para obter a isenção legal de pagamento de IPTU para seus templos.
O procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, afirmou que o Ministério Público também pretende investigar as denúncias feitas por parlamentares de improbidade administrativa contra Crivella. O procurador lembrou que já existem outros procedimentos em tramitação no MP-RJ. Eles questionam atitudes de Crivella em relação ao caráter laico (sem religião) do Estado.
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