Fundos de pensão da Petrobras podem ter irregularidades, segundo Polícia Federal
A Operação Sem Fundos, 56ª fase da Lava Jato, foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (23) para apurar o superfaturamento na construção da nova sede da Petrobras em Salvador, na Bahia. Pelo menos 17 pessoas haviam sido presas até o meio dia. Além disso, o delegado que está coordenando a operação, Christian Robert Wurster, revelou a suspeita de que pode haver outras fraudes nos investimentos do Fundo de Pensão da Petrobras.
Wurster comentou o caso em entrevista coletiva. “A outra hipótese é a de algumas fraudes em outros investimentos do fundo de pensão [cuja investigação] também pode levar ao [esclarecimento quanto ao] pagamento de propinas para um dos dirigentes do Petros”, disse.
Além dele, a procuradora do MPF, Isabel Cristina Groba Vieira, também comentou o caso. Ela explicou que já havia um acordo anterior ao início da obra para que o dinheiro desviado fosse repassado em espécie ou por contratos falsos para dirigentes da Petros e pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores.
O delegado-chefe da delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros no Paraná, Felipe Eduardo Hideo Hayashi, por sua vez, criticou o que chamou de “loteamento político de fundos de pensão”, classificando-os como “uma das causas da corrupção”. Hayashi apontou que o loteamento político a que se refere cria brechas para que ocorram gestões fraudulentas de “bilhões de reais por meio de investimentos inapropriados no mercado financeiro, de capitais ou imobiliário”.
Entenda o caso
O Ministério Público Federal garante que pelo menos R$ 140 milhões foram desviados no esquema. A obra havia sido orçada em R$ 320 milhões, mas acabou custando pouco menos de R$ 1,2 bilhões.
O desvio teria acontecido através de da Mendes Pinto Engenharia, a empresa contratada para gerenciar as obras da torre, e a partir do pagamento de propinas.
Entre os envolvidos no escândalo está o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, sua cunhada, Marice Correa, que foi presa nesta sexta-feira, e o ex-diretor de serviços da Petrobras, Renato Duque. Ao todo, 68 mandados de busca e apreensão, oito de prisão preventiva e 14 de prisão temporária foram expedidos e estão sendo cumpridos pela Polícia Federal. Os presos na operação serão encaminhados para a sede da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná.
*com informações da Agência Brasil
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