Gilmar diz que é “lenda urbana” pedido dele à Cármen Lúcia para assumir Lava Jato

  • Por Estadão Conteúdo
  • 27/01/2017 13h47
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Fellipe Sampaio/SCO/STF Ministra Cármen Lúcia durante cerimônia de posse - STF

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, disse que “é lenda urbana” a versão de que teria pedido à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, para assumir a relatoria da Lava Jato. “Não sei de onde vocês tiraram isso”, rebateu Gilmar, ao ser indagado em São Paulo, na quinta-feira (26), se foi à Cármen para se oferecer à relatoria do mais intrincado e explosivo processo de combate à corrupção no País. Ele participou de um evento do Instituto de Direito Público (IDP).

A Lava Jato está sem relator desde quinta-feira (19), quando o ministro Teori Zavascki morreu no avião que caiu no mar de Paraty – outras quatro pessoas morreram na queda do bimotor.

O substituto de Teori ainda não foi definido. Cármen Lúcia, a presidente da Corte, vai definir como será escolhido o novo relator. Na quarta-feira (25), Gilmar reuniu-se com Cármen.

“Não existe essa possibilidade de se oferecer (para a relatoria) Nem é possível. Na verdade é um sistema que terá que ser designado de forma objetiva. E se for designado relator evidente que qualquer um terá que assumir. Não se pode dizer que lá não está. Apenas isso”, comentou o ministro do STF.

Na avaliação de Gilmar, “ninguém deseja ser relator da Lava Jato”. Ele relembrou uma passagem envolvendo os ministros Luís Barroso e Teori Zavascki. Certa vez, Barroso disse a Teori que o País teve “muita sorte” pelo fato de ele assumir a relatoria da Lava Jato. Teori devolveu: “Quem não teve sorte foi eu.”

“Então, a rigor isso tumultua a vida de todos, desorganiza por completo o gabinete que passa a ser concentrado nesse tipo de matéria”, disse Gilmar.

Indagado se indicou o nome do ministro Gandra Filho, do Tribunal Superior do Trabalho, para a vaga de Teori no Supremo, ele ironizou. “Andam sabendo mais do que eu sobre isso”, disse. “Vai ter polêmica sobre qualquer candidato ao Supremo, sempre foi assim. Exatamente acho que isso permite que se faça uma boa seleção.”

O sr. prefere alguém mais político ou técnico?, perguntou um jornalista. “Não me cabe escolher e nem sei dizer se tem político ou técnico no tribunal”, foi a resposta de Gilmar.

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