Gilmar Mendes questiona prisão de Richa: ‘hiperativismo’ do Judiciário pode ‘tumultuar’ processo eleitoral
Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), fez comentários controversos nesta quarta-feira (12) ao ser questionado sobre a prisão do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), candidato ao Senado. De acordo com ele, há um “hiperativismo” do Judiciário em relação a processos movidos contra alguns candidatos deste ano e um notório “abuso de poder de litigar” que confere riscos ao processo eleitoral.
“Não tenho dados sobre o caso, mas de fato todo esse hiperativismo que se revela no contexto, na prisão, neste caso, nos processos contra candidatos, Alckmin, Haddad, com processos antigos. Pelo que estava olhando no caso do Richa, é um episódio de 2011”, destacou o ministro. “Acho que é preciso moderação. Do contrário, daqui a pouco podemos, inclusive, tumultuar o pleito eleitoral. Sabemos lá que tipo de consórcio há entre um grupo de investigação e um dado candidato?”, levantou.
Beto Richa foi preso na manhã de terça-feira (11) em ação coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná. A esposa do político, Fernanda Richa, também foi presa provisoriamente por 5 dias. A operação tem como objetivo investigar o envolvimento de funcionários públicos e empresários com a empreiteira Odebrecht no favorecimento de licitação para obras na rodovia estadual PR-323.
Ao citar Alckmin e Haddad, Gilmar fez referência às ações de improbidade abertas pelo MP-SP contra eles. O tucano teria aceitado recursos da empreiteira Odebrecht, por meio de caixa dois, para financiar sua campanha à reeleição, em 2014. Já o petista, foi denunciado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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