Gilmar Mendes solta mais 3 réus da Lava Jato no Rio; já são 9 os libertados

  • Por Jovem Pan
  • 23/08/2017 10h11 - Atualizado em 23/08/2017 11h39
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BRA118. BRASILIA (BRASIL), 06/06/2017.- El presidente del Tribunal Superior Electoral, Gilma Mendes, habla durante una audiencia parte del proceso contra Dilma Rousseff y Michel Temer hoy, martes 6 de junio de 2017, en Brasilia (Brasil). El Tribunal Superior Electoral de Brasil retomó hoy el proceso que decidirá si la campaña que Dilma Rousseff y Michel Temer compartieron en 2014 fue financiada con dinero de la corrupción, lo que pudiera desalojar del poder al actual mandatario. EFE/Joédson Alves EFE/Joédson Alves Já são nove presos pela Lava Jato liberados por Gilmar Mendes nos últimos dias

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes mandou tirar da prisão mais três réus de braço da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro: Rogério Onofre, ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários de Estado (Detro), sua mulher, Deyse Deborah Alexandra Neves, e o policial civil aposentado David Augusto Sampaio, acusado de integrar o esquema liderado pelo ex-governador fluminense Sérgio Cabral.

Onofre é advogado, ex-prefeito de Paraíba do Sul e foi indicado por Cabral para a presidência da Detro em 2007.

No último fim de semana, Gilmar Mendes já havia libertado o empresário Jacob Barata Filho, conhecido como “rei do ônibus”, e também acusado de integrar o esquema de corrupção e propina. Mendes foi padrinho de casamento da filha de Barata e a Procuradoria-Geral pediu sua suspeição do caso.

Investigações

Rogério Onofre foi preso no começo de julho na deflagração da Operação Ponto Final.

Onofre, enquanto presidente do Detro, recebeu R$ 44 milhões em propinas pagas pelas empresas de ônibus, diz o MPF. Os valores eram recolhidos nas empresas de ônibus. “Para o MPF, o esquema de corrupção encontra-se organizado a partir de quatro núcleos básicos: núcleo econômico, formado pelos executivos das empresas organizadas em cartel; o núcleo administrativo, composto por gestores públicos do governo do Estado, os quais solicitaram/receberam propinas; núcleo operacional cuja principal função era promover a lavagem de dinheiro desviado; núcleo político, integrado pelo líder da organização Sergio Cabral”, diz nota do MPF. A operação Ponto Final decorre das investigações das Operações Calicute e Eficiência.

A PF se baseou em delações premiadas do doleiro Álvaro Novis e do ex-presidente do Tribunal de Contas do Rio Jonas Lopes, alvos de operações anteriores da PF.

O esquema alcançaria mais de R$ 260 milhões, pagos a políticos e agentes públicos. Segundo o MPF, “os pagamentos de propinas foram feitos nos moldes dos realizados pelas empreiteiras, só que dessa vez no setor de transporte público com o objetivo de garantir tarifas e contratos com o Governo do Estado do Rio”.

Segundo as investigações, empresários da Fetransporte presos na Operação Gotham City no último dia 9 lavavam dinheiro, por meio da venda de imóveis em construção, para Rogério Onofre, ex-diretor do Detro, e de sua esposa, Dayse Deborah Alexandra Neves, presos no início de julho. Empresas pertencentes a Guilherme Neves Vialle e Nuno Canhão Bernardes Gonçalves Coelho faziam contratos de apartamentos no valor de 50% do valor real.

Ao se tornar réu pela 14ª vez na Lava Jato no começo do mês, o ex-governador Sergio Cabral foi alvo de mais duas denúncias. O MPF teve como ponto de partida as investigações da 13ª e 14ª operações da força-tarefa da Lava Jato no estado e atingem outros 23 investigados, incluindo empresários e servidores e o ex-presidente do Detro, Rogério Onofre.

Esposa

A mulher de Onofre foi presa dias depois do marido, em atendimento a pedido feito pelo Ministério Público Federal (MPF). A prisão foi determinada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. “A investigada teve a ousadia de, apenas três dias após a prisão de seu marido e de decretada a indisponibilidade de seus bens, tentar reaver substancioso montante de dólares em fundo no exterior”, afirmam os procuradores da República que atuam na força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio.

O ministro substituiu a prisão preventiva dos três por medidas alternativas à prisão, entre elas, o recolhimento domiciliar no período noturno e nos fins de semana, a proibição de manter contato com os demais investigados, a entrega do passaporte e a proibição de deixar o país, além do “comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz de origem, para informar e justificar atividades”.

Com as três solturas, chega a nove o número de libertados pelo ministro Gilmar Mendes na Operação Ponto Final. Na semana passada, Mendes já havia determinado a soltura de Jacob Barata Filho, do ex-presidente da Fetranspor Lélis Teixeira, em um primeiro momento, e depois havia estendido o benefício a Cláudio Sá Garcia de Freitas, Marcelo Traça Gonçalves, Enéas da Silva Bueno e Octacílio de Almeida Monteiro, que também estavam presos preventivamente.

Com informações de Estadão Conteúdo

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