Gilmar: Raquel fará reanálise de procedimentos para evitar erros à frente da PGR

  • Por Estadão Conteúdo
  • 18/09/2017 14h25
Brasília - Presidente do TSE, Gilmar Mende, durante cerimônia de lançamento do Título Net, sistema on-line para eleitores brasileiros que vivem em outros países (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil Ministro do STF, Gilmar Mendes, diz que "certas trapalhadas resultaram em ineficiência do trabalho da própria Procuradoria-Geral da República

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), elogiou nesta segunda-feira, 18, o discurso de posse da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e disse que ela certamente fará uma reanálise dos procedimentos tomados pelo seu antecessor, Rodrigo Janot, para evitar “erros e equívocos”.

“Ouvi o discurso da procuradora Raquel Dodge e fiquei impressionado. Sua Excelência falou que vai dar continuidade ao trabalho de combate à corrupção, mas colocará outros temas também na agenda – a defesa dos direitos humanos, a questão da saúde, dos presos, a questão indígena. E enfatizou muito que as investigações devem ser feitas dentro dos devidos marcos legais. Acho que ela deu uma boa resposta”, comentou Gilmar Mendes a jornalistas.

Indagado se Raquel Dodge vai rever acordos, Gilmar disse que “certamente haverá revisões”. O ministro é um dos mais duros críticos à delação de executivos do grupo J&F, que tem sido questionada pela defesa do presidente Michel Temer, alvo de uma segunda denúncia de Janot – desta vez, pelos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.

“Certamente a procuradora-geral vai fazer uma reanálise de todos os procedimentos que estão ainda à sua disposição, de maneira natural, para certamente evitar erros e equívocos que estavam se acumulando”, afirmou Gilmar Mendes.

“Tenho a impressão de que, ao fim e ao cabo, nós temos muitos tumultos, desacertos, esses episódios últimos envolvendo, por exemplo, a delação da JBS, creio que mostram bem isso. Umas certas trapalhadas, perplexidades, que resultaram em ineficiência do trabalho da própria Procuradoria-Geral da República”, criticou Gilmar.

Desafeto de Janot, Gilmar não participou do julgamento em que, por 9 a 0, o STF rejeitou afastar o antecessor de Raquel Dodge das investigações contra Temer no caso JBS. Na próxima quarta-feira, 20, o STF julgará se atende ao pedido da defesa do presidente para suspender a segunda denúncia até que sejam esclarecidas as suspeitas de irregularidades envolvendo a delação do empresário Joesley Batista e do executivo Ricardo Saud.

Agenda

Depois de prestigiar a posse de Raquel Dodge, Gilmar Mendes foi à Casa da Mãe Preta, uma instituição que atende crianças carentes do Núcleo Bandeirante, região administrativa do Distrito Federal. Na ocasião, o ministro entregou um cheque no valor de R$ 30 mil.

Gilmar fez a doação depois de ter obtido indenização da atriz Mônica Iozzi, que criticou nas redes sociais o fato de o ministro ter concedido habeas corpus ao ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a mais de 100 anos de prisão de prisão pelo estupro de 37 mulheres.

“Recebi essa indenização paga pela jornalista Mônica Iozzi e eu tinha prometido que faria essa doação à Casa da Mãe Preta, que é um símbolo de Brasília e há mais de 50 anos se dedica a cuidar das crianças no Núcleo Bandeirante”, comentou o ministro.

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