Gilson Dipp, ex-ministro do STJ: imbróglio jurídico inédito é grave e rasteiro

  • 08/07/2018 17h36
Agência Brasil Gilson Dipp, jurista e ex-ministro do STJ

Em entrevista à Jovem Pan, o jurista e ex-ministro do STJ Gilson Dipp lamentou a confusa movimentação realizada neste domingo (8) em relação à soltura ou à permanência da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Acho que eu não vi e ninguém deve ter visto algo parecido. Esse imbróglio jurídico é muito grave e chega a ser rasteiro. Ele comprova a politização da justiça”, declarou.

Dipp acredita que o desembargador Rogério Favreto do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) poderia, sim, ter a competência de acatar um pedido de habeas corpus durante seu plantão. Mas não em um caso tão complexo – e já debatido em outras instâncias – como esse.

“Foi inoportuno. Não era para a matéria ser examinada em plantão. Ela exigia uma ampla consideração, já sendo efetivada pelos tribunais superiores. O réu era Lula! Obviamente uma personalidade, um pré-candidato. Tudo isso gerou uma insegurança para a sociedade e para o judiciário de como proceder. Nunca vi algo assim, não tenho dúvida”, disse mais uma vez, ressaltando, por fim, que o imbróglio apenas dificultará a vida do petista daqui para frente. “Me parece que tudo isso só pode prejudicar a situação jurídica do ex-presidente. Nenhum benefício vai favorecer o réu”.

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