Governadores fazem lista de prioridades de propostas ligadas ao Pacto Federativo
Renan Calheiros e Eduardo Cunha
Renan Calheiros e Eduardo CunhaDispostos a encontrar soluções para driblar a crise econômica, governadores de estados chegaram hoje (20) a uma reunião com os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em Brasília, cheios de pedidos e reclamações. “É preciso que o Legislativo converse com a União para criarmos uma alternativa, pois os estados caminham para o abismo e, por enquanto, sem nenhuma perspectiva em termos de desenvolvimento”, disse o governador do Acre, Tião Viana (PT), primeiro a falar no encontro.
Viana pediu apoio para as conversas que estão em andamento com a equipe econômica do governo sobre a criação de um fundo de desenvolvimento para os estados, como alternativa para a queda nos investimentos no país.
Em nome dos governadores do Centro- Oeste, o do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB) fez uma lista de prioridades. Ele destacou a convalidação dos benefícios fiscais concedidos por estados a empresas para permitir aos estados utilizarem as mesmas alíquotas tributárias; a aprovação da PEC que impede o aumento de despesas dos estados por parte da União sem determinar a respectiva fonte de receitas e a adoção da “alíquota zero” para o Pasep, nas transações entre União e estados.
Rollemberg articula a apresentação de um projeto que possibilite o desconto de parte das dívidas estaduais com o governo federal por meio dos créditos previdenciários. Pela região Sudeste, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu a aprovação do PLS 95/15, que concede incentivos fiscais, no PIS e Pasep , para os prestadores de serviços de saneamento básico aumentarem o volume de investimentos no setor.
Os investimentos em saúde foram outro ponto destacado por Alckmin. Ele reclamou do “subfinanciamento” do setor por parte da União e pediu a revisão do teto de repasses. Para o governador, o direito de cobrar das seguradoras de saúde, hoje, atribuição exclusiva do Ministério da Saúde, deveria ser de estados e municípios .
“Deveríamos poder cobrar das seguradoras de saúde. Hoje, só o Ministério da Saúde pode fazê-lo, mas seríamos muito mais eficientes. E o recurso deve ficar para quem atende: prefeitura ou governo estadual. A pessoa tem seguro, a cobrança é prevista, mas só o ministério pode cobrar”, explicou.
Sobre a concessão de aposentadorias, Alckmin lembrou que o tempo do trabalhador na iniciativa privada conta para o setor público e vice-versa, mas cobrou uma compensação pelo fato de a maioria dos funcionários virem da iniciativa privada para se aposentarem pelo estado. “São recursos públicos. E esse desequilíbrio precisa ser compensado de alguma forma”, avaliou.
Segurança pública foi outro tema recorrente no encontro. O primeiro a falar sobre o tema foi o presidente do Senado. Renan cobrou o compromisso de ajudar os estados feito pela presidente Dilma Rousseff, durante a campanha presidencial de 2014.
“Vamos cobrar o fundamental compromisso da presidente da República que disse na campanha eleitoral e no seu discurso de posse que irá dividir com os estados a responsabilidade pela segurança pública. O governo tem que rapidamente decidir o que vai fazer em relação a isso porque os estados já não aguentam mais todas essas atribuições”, disse Renan.
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