Governo acerta discurso em favor de ministros investigados na Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 08/09/2015 10h32
Montagem/Agência Brasil Aloizio Mercadante

Governo acerta discurso em defesa dos ministros Aloizio Mercadante e Edinho Silva investigados na Operação Lava Jato. Os ministros da Casa Civil e da Comunicação Social, além do senador Aloysio Nunes, do PSDB, foram acusados de terem recebido doações ilegais.

Os três negam o envolvimento citado pelo empresário Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, em delação premiada. Ele disse que fez repasses às campanhas dos dois ministros e para reeleição da presidente Dilma Rousseff, quando Edinho Silva era o tesoureiro.

O empresário afirmou que a UTC doou R$ 7,5 milhões de reais para a campanha da presidente da República.

Questionado se os dois devem permanecer no governo mesmo após abertura de inquérito, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi enfático. “No que diz respeito ao papel que o ministro Edinho (Silva) teve na campanha da presidente Dilma Rousseff, eu tenho absoluta convicção de que foi absolutamente respeitador da lei e quaisquer afirmações no sentido oposto absolutamente não condizem com a verdade”, afirmou.

Cardozo disse também conhecer a idoneidade e seriedade de Mercadante há muitos anos.

O ministro Teori Zavaski acatou pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para abertura de inquérito sobre Mercadante e Edinho.

Apesar de as investigações chegarem perto do Palácio, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, reforçou que não há constrangimento do governo. “Você não pode inocentar sem pelo menos olhar o que foi dito. Mas também não tem pré-julgamento, então não há constrangimento”, disse Jaques.

Edinho Silva fez sua própria defesa dizendo que não se preocupa com a apuração dos fatos. O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social disse que está à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento. “Quando eu cheguei como coordenador financeiro da campanha, nós já tínhamos uma investigação em andamento, e eu fiz exatamente aquilo seguindo as orientações da presidenta Dilma”, disse Edinho.

Ricardo Pessoa declarou ainda ter doado R$ 300 mil de forma oficial e R$ 200 mil em dinheiro vivo, sem declaração, a Aloysio Nunes Ferreira.

Em entrevista ao Jornal da Manhã desta segunda-feira, o senador tucano disse que recebeu apenas repasses regulares e declarados durante sua campanha.

“É uma conjuntura muito absurda”, disse Nunes, dizendo-se de um partido de oposição, sua posição no pleito eleitoral e que não teria condições de influenciar decisões na Petrobras.

Para Aloízio Mercadante, Roberto Pessoa afirmou ter doado R$ 500 mil reais em 2010, quando ele era candidato ao governo de São Paulo.

Em nota, o ministro da Casa Civil negou as acusações e afirmou que a quantia foi recebida de forma legal e declarada à Justiça Eleitoral.

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