Governo de SP descarta adotar lockdown no Estado após pedido de prefeitos

Afirmação foi feita por João Doria, que alfinetou a decisão de Bruno Covas de decretar feriado na capital paulista para tentar minimizar a transmissão da Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 19/03/2021 10h24 - Atualizado em 19/03/2021 16h03
MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO O secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, falando ao microfone durante coletiva de imprensa Jean Gorinchteyn, disse que a medida é "muito complicada", pois afeta diretamente os setores mais vulneráveis da sociedade

O governo de São Paulo descartou a adoção de um lockdown unificado no Estado. Nesta quinta-feira, 18, após sucessivos aumentos de casos, internações e óbitos pela Covid-19, prefeitos de várias cidades pediram para que o governador João Doria decrete a restrição máxima para conter o avanço da doença. No entanto, durante visita ao Instituto Butantan nesta sexta-feira, 19, Doria descartou a possibilidade. Ao lado dele, o secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que a medida é “muito complicada”, pois afeta diretamente os setores mais vulneráveis da sociedade e, por isso, a restrição não pode ser tomada em larga escala. “A gente está falando de fechar tudo, transporte, empresas, empresa alimentícia. O que vai acontecer? Qual o risco que isso passa em relação ao desabastecimento, inclusive alimentar? Por outro lado, nós temos trabalhadores informais que precisam do dinheiro hoje para comer com seus filhos. Então temos que analisar uma medida mais restritiva, mas não com a nossa forma de olhar, de classe média, ‘fecha tudo que estou em casa recebendo o meu salário’. Temos que criar medidas mais restritivas pontuais”, defendeu Gorinchteyn. 

O secretário da Saúde e o governador apoiam medidas mais restritivas de acordo com cada prefeitura e com cada região, não uma determinação estadual. Apesar disso, Doria comentou a decisão do prefeito Bruno Covas que anunciou a antecipação de cinco feriados em São Paulo. Para o governador, faltou bom senso do prefeito da capital paulista, que não avisou antecipadamente o governo do Estado e as prefeituras do litoral e da região metropolitana sobre a determinação, o que gerou reclamações. “As prefeitura tem autonomia para as decisões, mas há certas decisões que o bom senso recomenda que elas sejam compartilhadas previamente com o governo”, disse, sinalizando que irá anunciar ainda nesta sexta-feira novas medidas restritivas em apoio aos gestores do Litoral. Acompanhado de Jean Gorinchteyn e do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, Doria participou da entrega de mais 2 milhões de doses da CoronaVac ao Plano Nacional de Imunizações (PNI), sendo o terceiro lote enviado ao Ministério da Saúde nesta semana. A previsão é que 46 milhões de vacinas contra a Covid-19 sejam entregues ao governo federal até o fim de abril.

*Com informações da repórter Beatriz Manfredini

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