Governo Dilma pode não aguentar os 45 meses restantes, avalia José Serra

  • Por Jovem Pan
  • 16/03/2015 08h55
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José Serra participa de evento em Caxias do Sul no último dia 16 Folhapress José Serra

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã da Jovem Pan desta segunda-feira (16), o Senador José Serra (PSDB-SP) afirmou que, depois dos grandes protestos realizados no domingo (15), a população mostrou que a insatisfação não é pouca. “Se o governo não tomar jeito vai ser difícil de se aguentar [pelos próximos 45 meses]”, e completou, “o que temos hoje não é uma oposição de rua nem uma oposição de microfones, mas uma grande oposição à Dilma e ao próprio PT e eles estão sentindo o desgaste”.

Serra também avaliou que o governo reagiu muito mal ao colocar na linha de frente o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto. Os porta-vozes da vez não trouxeram soluções ou mudanças, mas repetiram a necessidade da reforma política. “Acho q isso mostra pouca inteligência. Às vezes um mínimo de autocritica já traz mais credibilidade do que ficar falando no vazio”, disse.

O senador ressaltou que os atos contra o governo “acabam condicionando aqueles que estão na política”: “o Congresso é mais vítima daquilo que o governo Dilma não consegue fazer. Um governo que perde popularidade compromete a política”. Para Serra, deputados e senadores têm se manifestado de forma como nunca antes, abandonando as iniciativas exclusivamente governistas. “[A saída agora] é defender as pessoas, como foi feito no reajuste da tabela do imposto de renda”, afirmou ao lembrar que a proposta de Dilma do aumento do imposto em 4,5% foi negada.

Isso que chamou de “combate” por parte do Congresso mostra a fragilidade de um governo que não sabe articular. “Temos um governo que dá tiro no pé todo dia”, e citou como exemplo o reajuste fiscal, que afirmou ser necessário, mas que foi mal feito, “essa questão como tem sido conduzida piora a situação ao invés de melhorar”.

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