Governo Dilma pode não aguentar os 45 meses restantes, avalia José Serra
José Serra participa de evento em Caxias do Sul no último dia 16
José SerraEm entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã da Jovem Pan desta segunda-feira (16), o Senador José Serra (PSDB-SP) afirmou que, depois dos grandes protestos realizados no domingo (15), a população mostrou que a insatisfação não é pouca. “Se o governo não tomar jeito vai ser difícil de se aguentar [pelos próximos 45 meses]”, e completou, “o que temos hoje não é uma oposição de rua nem uma oposição de microfones, mas uma grande oposição à Dilma e ao próprio PT e eles estão sentindo o desgaste”.
Serra também avaliou que o governo reagiu muito mal ao colocar na linha de frente o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto. Os porta-vozes da vez não trouxeram soluções ou mudanças, mas repetiram a necessidade da reforma política. “Acho q isso mostra pouca inteligência. Às vezes um mínimo de autocritica já traz mais credibilidade do que ficar falando no vazio”, disse.
O senador ressaltou que os atos contra o governo “acabam condicionando aqueles que estão na política”: “o Congresso é mais vítima daquilo que o governo Dilma não consegue fazer. Um governo que perde popularidade compromete a política”. Para Serra, deputados e senadores têm se manifestado de forma como nunca antes, abandonando as iniciativas exclusivamente governistas. “[A saída agora] é defender as pessoas, como foi feito no reajuste da tabela do imposto de renda”, afirmou ao lembrar que a proposta de Dilma do aumento do imposto em 4,5% foi negada.
Isso que chamou de “combate” por parte do Congresso mostra a fragilidade de um governo que não sabe articular. “Temos um governo que dá tiro no pé todo dia”, e citou como exemplo o reajuste fiscal, que afirmou ser necessário, mas que foi mal feito, “essa questão como tem sido conduzida piora a situação ao invés de melhorar”.
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