Governo enfrenta resistência dos ministérios com plano de privatização

  • Por Jovem Pan
  • 21/04/2019 13h54
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Agência Brasil Fachada do Correios com o logo e uma parede branca com uma parte amarela. Tem uma porta de vidro e uma pessoa caminha Símbolo da dificuldade é a resistência do ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, em vender as estatais do ministério

O plano de privatizações do governo, um dos pilares da política econômica do ministro Paulo Guedes, vem sofrendo resistência por parte dos Ministérios, sobretudo o de Ciência e Tecnologia, Agricultura, Minas e Energia e Infraestrutura.
O ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, por exemplo, resiste em vender suas estatais, como os Correios.

A Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que atua nas áreas de planejamento, estruturação e qualificação de projetos de infraestrutura de transportes, estava perto da extinção, mas está repondo vagas e contratando pessoal.
Segundo a empresa, dos 143 cargos de que dispõe, sete estão em fase de contratação neste mês, “haja vista os desligamentos recentes”. A EPL não comenta a intenção do governo de fechá-la.

A meta do plano é obter uma receita de US$ 20 bilhões com a estatização. Desse valor, o governo diz ter cumprido mais da metade, com US$ 11,4 bilhões em desestatizações e US$ 646 milhões em desinvestimentos. Boa parte é de concessões gestadas em governos anteriores.

O Tesouro gasta mais de R$ 18 bilhões ao ano para fechar as contas das estatais dependentes (incapazes de gerar receitas para bancar as despesas). Elas pagam, em média, salário mensal de R$ 13,4 mil, seis vezes mais que o rendimento médio do trabalhador com carteira assinada.

A EBC, empresa de comunicação que o próprio Jair Bolsonaro defendeu extinguir ou privatizar, agora teve os planos revistos pelo Palácio do Planalto.

A intenção da área econômica era também privatizar a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que apura estatísticas agropecuárias, faz a regulação dos preços mínimos com armazenagem de estoques e tem cerca de 4 mil funcionários.

A avaliação é de que há outras formas mais eficientes para exercer essa política, e quem acaba ganhando com o desenho atual são os “atravessadores”, que levam o estoque dos armazéns para centros consumidores.

O BNDES quer trabalhar nos planos de venda da empresa e participa de reuniões técnicas com o governo, mas auxiliares da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, consideram que a hipótese de privatizar “está afastada”. A pasta só aprova a redução nos ativos subaproveitados ou com alto custo. O objetivo é “tirar gordura para ganhar musculatura”, o que esbarra na estratégia de Guedes.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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