Governo precisa montar estratégia para discutir reforma da Previdência, diz presidente da CCJ da Câmara

  • Por Jovem Pan
  • 21/03/2019 15h11 - Atualizado em 21/03/2019 15h12
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Deputado do PSL não prevê atrasos na avaliação da reforma

Depois de cancelar o anúncio do relator da reforma da Previdência, o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, Felipe Francischini (PSL-PR), afirmou que o início da discussão da proposta depende da organização do governo federal para montar uma estratégia de atuação na Casa.

Nesta quinta-feira (21), o parlamentar ainda disse que a visita do ministro da Economia, Paulo Guedes – prevista para a próxima terça (26), às 14 horas -, deve ajudar a esclarecer dúvidas existentes entre os membros do colegiado.

“Tenho ouvido de todos os membros e líderes que eles querem decantar os últimos acontecimentos políticos, a vinda da reforma dos militares. Isso gerou expectativas a mais e, agora, eles querem analisar o texto”, afirmou.

Dentro da CCJ ainda não há um líder do governo indicado para conduzir as negociações com base, oposição e independentes. “É uma série de fatores que os membros têm me pedido para que possamos analisar o projeto, debater mais um pouco, até mesmo porque eles, o governo, têm falado muito da questão da celeridade.”

“Não parece que há hoje um indício de o governo querer essa celeridade tão grande, falta debater com os deputados e essa questão tem de ser feita até semana que vem. Há uma série de coisas que precisam ocorrer para termos estabilidade política dentro da CCJ. Eu acredito que essa semana tanto governo como a oposição possam se organizar e montar realmente suas estratégias dentro da comissão”, afirmou Francischini.

Questionado sobre se o cronograma do texto na Câmara poderia ser afetado, o presidente da CCJ afirmou que não. “Tudo é possível, agora depende muito do governo. Eles precisam chamar os deputados de sua base para montar uma estratégia na CCJ. Eu sou presidente e vou pautar tudo o que estiver ao meu alcance. Me cabe presidir, não sou líder do governo, não tenho essa função, e vou agir institucionalmente”.

Na quarta (20), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a interlocução do governo com o Congresso. Nas últimas semanas, os principais líderes da Casa têm demonstrado insatisfação pública com a atual articulação no legislativo. Entre os membros da CCJ, o clima é de paralisia. De acordo com parlamentares governistas, não há como iniciar a tramitação da pauta econômica enquanto o governo não organizar a base.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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