“Guardava dinheiro em casa por questão pessoal”, diz ex-secretário de Cabral

  • Por Estadão Conteúdo
  • 29/04/2017 09h22
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Divulgação/Governo do RJ Ex-secretário do Rio de Janeiro e principal operador de Sergio Cabral, Wilson Carlos

Interrogado pelo juiz federal Sérgio Moro anteontem, o ex-secretário de Governo do Rio Wilson Carlos, réu com o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) em ação penal sobre propina de R$ 2,7 milhões da Andrade Gutierrez ao peemedebista relativa ao Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), disse que, “por uma questão pessoal”, preferia guardar dinheiro em casa a deixar em bancos.

Wilson Carlos, que era braço direito do ex-governador, controlava os repasses de propina recebidos por Cabral, segundo denúncia do Ministério Público Federal. Conforme a acusação formal da Procuradoria, entre novembro de 2008 e março de 2015, o ex-secretário “realizou três compras e quitou 26 faturas de cartão de crédito efetuando 61 pagamentos em espécie de vultosas quantias, cujos valores somaram R$ 455.144,38”.

Empréstimo

Moro questionou Wilson Carlos sobre a compra de uma embarcação Flexboat de R$ 264 mil por meio de depósitos em espécie, sendo que 29 transações foram fracionadas em valores inferiores a R$ 10 mil. “Ao longo da minha vida sempre recorri a empréstimos para equilibrar meu orçamento doméstico, fosse em instituições bancárias ou mesmo através de conhecidos”, afirmou o ex-secretário.

“Eu solicitei a conhecidos que fizessem (os depósitos). Na verdade, eu adquiri esse empréstimo com conhecidos e paguei ao longo dos 24 meses subsequentes a esses conhecidos. Eu solicitei que eles fizessem o depósito diretamente à Flexboat. Entendo que, por serem pessoas atarefadas, possam ter solicitado a portadores, boy, para que fizessem o depósito, não sei exatamente”, declarou.

O juiz quis saber com quem Wilson Carlos pegou os empréstimos. “Eu vou me permitir preservar a identidade dessas pessoas, por mais que isso pudesse me prejudicar.” O ex-secretário relatou que pagou os empréstimos “aos poucos”. “Ia pagando em dinheiro. Eu sempre preferi ter meus recursos comigo em vez de deixar no banco.”

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