Brasil sairá do Mercosul se Kirchner fechar para acordos externos, diz Guedes

“E se quiser abrir? Então vou dizer bem-vinda moça, senta aí”, afirmou o ministro

  • Por Jovem Pan
  • 15/08/2019 16h29 - Atualizado em 15/08/2019 16h30
  • BlueSky
Flickr/Ministério da Economia Paulo Guedes Segundo ele, o bloqueio externo poderia atrapalhar o acordo com a União Europeia

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (15) que o Brasil sairá do Mercosul caso Alberto Fernández, candidato à presidência da Argentina na chapa de Cristina Kirchner, vencer as eleições e quiser fechar o bloco econômico para acordos externos. “Se Kirchner quiser fechar, a gente sai do Mercosul. E se quiser abrir? Então vou dizer bem-vinda moça, senta aí”, disse.

Segundo ele, o bloqueio externo poderia atrapalhar o acordo com a União Europeia.

Guedes minimizou ainda um agravamento da crise da Argentina e seu impacto para o Brasil. De acordo com ele, a indústria automotiva só é tão afetada porque a economia brasileira é muito fechada. “Nosso foco é recuperar a nossa dinâmica de crescimento. Desde quando o país, para crescer, precisou da Argentina? Quem disse que esse é o modelo que a gente quer, queremos ter indústria competitiva”.

Ao falar sobre a reforma da Previdência, Guedes afirmou que vai tentar, “mais para frente”, passar um regime de capitalização no Congresso. Em relação à reforma tributária, declarou que não haverá surpresas e que o governo garantirá previsibilidade. “Não tem susto, não tem surpresa. Não vem um imposto único e acabou tudo. Vamos pegando os impostos, simplificando, criando bases, tentando reduzir alíquotas”, explicou.

Guedes minimizou guerra fiscal entre os Estados

O ministro diminuiu também a importância da guerra fiscal entre os Estados. Como um liberal, Guedes acredita ser positivo que os Estados tenham o poder de competir entre si. “Eu chamo de liberdade de reduzir impostos”.

Ele defendeu a proposta do governo de fazer uma unificação apenas de impostos federais sobre o consumo (IPI, PIS e Cofins), ao contrário do que preveem as demais propostas de reforma tributária que estão no Congresso Nacional, que incluem Estados e municípios.

“Nós nunca tivemos a ideia de ter um imposto só”, comentou, completando: “O liberal não é um revolucionário e sim um evolucionista.”

Segundo o ministro, é necessário dar aos Estados a liberdade de escolher se vão querer seguir a União na unificação de impostos ou não.

“Se todo mundo quiser IVA (Imposto sobre Valor Agregado) desde a federação até os municípios, ok, se não quiserem, ok também. Não vou brigar com ninguém por isso, tem que respeitar a federação. Não tem que ficar 50 anos corrigindo nada (a PEC 45, de autoria do deputado Baleia Rossi, prevê uma transição de 50 anos para os Estados), a gente faz a nossa, quem quiser nos seguir, segue”, disse.

* Com informações do Estadão Conteúdo

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.