Brasil sairá do Mercosul se Kirchner fechar para acordos externos, diz Guedes
“E se quiser abrir? Então vou dizer bem-vinda moça, senta aí”, afirmou o ministro
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira (15) que o Brasil sairá do Mercosul caso Alberto Fernández, candidato à presidência da Argentina na chapa de Cristina Kirchner, vencer as eleições e quiser fechar o bloco econômico para acordos externos. “Se Kirchner quiser fechar, a gente sai do Mercosul. E se quiser abrir? Então vou dizer bem-vinda moça, senta aí”, disse.
Segundo ele, o bloqueio externo poderia atrapalhar o acordo com a União Europeia.
Guedes minimizou ainda um agravamento da crise da Argentina e seu impacto para o Brasil. De acordo com ele, a indústria automotiva só é tão afetada porque a economia brasileira é muito fechada. “Nosso foco é recuperar a nossa dinâmica de crescimento. Desde quando o país, para crescer, precisou da Argentina? Quem disse que esse é o modelo que a gente quer, queremos ter indústria competitiva”.
Ao falar sobre a reforma da Previdência, Guedes afirmou que vai tentar, “mais para frente”, passar um regime de capitalização no Congresso. Em relação à reforma tributária, declarou que não haverá surpresas e que o governo garantirá previsibilidade. “Não tem susto, não tem surpresa. Não vem um imposto único e acabou tudo. Vamos pegando os impostos, simplificando, criando bases, tentando reduzir alíquotas”, explicou.
Guedes minimizou guerra fiscal entre os Estados
O ministro diminuiu também a importância da guerra fiscal entre os Estados. Como um liberal, Guedes acredita ser positivo que os Estados tenham o poder de competir entre si. “Eu chamo de liberdade de reduzir impostos”.
Ele defendeu a proposta do governo de fazer uma unificação apenas de impostos federais sobre o consumo (IPI, PIS e Cofins), ao contrário do que preveem as demais propostas de reforma tributária que estão no Congresso Nacional, que incluem Estados e municípios.
“Nós nunca tivemos a ideia de ter um imposto só”, comentou, completando: “O liberal não é um revolucionário e sim um evolucionista.”
Segundo o ministro, é necessário dar aos Estados a liberdade de escolher se vão querer seguir a União na unificação de impostos ou não.
“Se todo mundo quiser IVA (Imposto sobre Valor Agregado) desde a federação até os municípios, ok, se não quiserem, ok também. Não vou brigar com ninguém por isso, tem que respeitar a federação. Não tem que ficar 50 anos corrigindo nada (a PEC 45, de autoria do deputado Baleia Rossi, prevê uma transição de 50 anos para os Estados), a gente faz a nossa, quem quiser nos seguir, segue”, disse.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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