Guedes: Reforma vem para ‘remover privilégios, reduzir desigualdades e botar o Brasil para crescer’
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (20) que a reforma da Previdência vai afetar todos os brasileiros. “Nós queremos proteger as gerações futuras. A [reforma da] Previdência vem para remover privilégios, reduzir desigualdades e, principalmente, botar o Brasil para crescer”, disse em entrevista a jornalistas.
De acordo com ele, a reforma busca garantir a “solvência da Previdência”, o crescimento econômico e a geração de empregos. “Então, todas as sugestões dos governadores, que estão também afundados na mesma crise conosco, estão sendo bem recebidas”, declarou Guedes, que mais cedo participou de reunião sobre o tema com governadores.
“Nossa solução é abrangente o suficiente, ampla o suficiente, para haver este espaço de acomodação”, acrescentou, em referência a sugestões dadas por governos estaduais a respeito do texto apresentado também nesta quarta-feira ao Congresso Nacional.
Questionado sobre críticas feitas mais cedo pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), à proposta, o ministro tentou esclarecer a questão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Segundo Paulo Guedes, a proposta prevê pagamento de benefício de R$ 400 a partir dos 60 anos para quem comprovar que está em situação de miserabilidade.
“As pessoas, às vezes com 60 anos, só receberão isso [salário mínimo] aos 70 anos?”, questionou Guedes. “Ele [Dino] achava que devia ser aos 65 anos. Nós abrimos possibilidade de que a pessoa, já aos 60 anos, receba parte do salário mínimo, R$ 400, de forma que, quando chegar aos 70 anos, receba o salário inteiro.”
Conforme Guedes, isso é para evitar que o brasileiro não contribua. “Porque ele [o contribuinte] pode falar: ‘olha, se não contribuir ou contribuir, aos 65 anos vou ganhar o [salário] mínimo do mesmo jeito, eu prefiro não contribuir'”, disse Guedes. “Então, deixa receber um pouco menos antes e, se ficar até os 70 anos, ele recebe o salário inteiro.”
O ministro explicou que a antecipação tem custo de R$ 50 bilhões ou R$ 60 bilhões. “Isso é uma coisa que estávamos pagando para tornar acessível mais cedo. Ao mesmo tempo, impedir que houvesse pessoas que não contribuíssem”, explicou. “Na verdade, criamos uma facilidade. Se os governadores acharem que isso é ruim, ganhamos mais R$ 50 bilhões ou R$ 60 bilhões. Nós podemos tirar isso. Nós temos flexibilidade.”
*Com informações do Estadão Conteúdo
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