Haddad diz que déficit de 4,7 mil professores na rede pública ‘não é verdade’

  • Por Estadão Conteúdo
  • 26/07/2016 12h54
Brasília - Entrevista com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad sobre o encontro com o Ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner (Wilson Dias/Agência Brasil) Wilson Dias / Agência Brasil Fernando Haddad

O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT), afirmou, nesta terça-feira, 26, que o déficit de 4,7 mil professores na rede pública municipal de ensino da capital paulista “não é verdade”, ao contrário do que foi apontado por reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Além de negar o déficit, o triplo do início do seu mandato, Haddad comparou o ensino municipal com o estadual, criticado pelo prefeito.

“Não tenho conhecimento de déficit porque estamos chamando (professores) todos os anos. Estamos abrindo escola e eles (governo estadual) estão fechando, nós contratamos professor enquanto eles têm provisório”, afirmou. “Não conheço uma mãe que em sã consciência que prefira matricular criança em escola estadual”, emendou o prefeito, durante sabatina realizada pelo portal UOL, o jornal Folha de S.Paulo e o SBT.

Ainda sobre educação, Haddad disse que criou 100 mil vagas em educação infantil no seu mandato, reiterando ter acabado com a aprovação automática de alunos. O prefeito admitiu que sua baixa popularidade possa ter algum “grau de contaminação” da impopularidade do PT, seu partido, mas que, no entanto, aposta na reversão no quadro eleitoral e na reeleição quando puder mostrar realizações do mandato durante a campanha.

“O eleitor vai se deparar com projeto de cidade. Foram 400 km de faixas exclusivas para ônibus, três hospitais construídos simultaneamente, duas creches por semana, R$ 17 bilhões de investimentos, um recorde”, afirmou o prefeito. “Trouxe a dívida da cidade de R$ 70 bilhões para R$ 30 bilhões e ainda recuperei R$ 600 milhões em dinheiro desviado em administrações anteriores”.

Haddad defendeu também medidas polêmicas tomadas durante sua gestão, como a construção de ciclovias e a redução do limite de velocidade máxima nas marginais do Tietê e Pinheiros, de 90 km/h para 70 km/h nas pistas expressas e de 70 km/h para 50 km/h nas locais.

Sobre as ciclovias, o prefeito admitiu que a mudança de cultura é difícil, mas que o investimento é pequeno nesse modal de transporte. “Com as ciclovias, São Paulo teve aumento de 66% no número de ciclistas e reduziu em 34% as mortes de ciclistas. Se há falhas pontuais, devem haver, mas muitos prefeitos preferem não fazer porque há uma série de outros problemas que surgem, como a falta de bicicletários”, afirmou. “Se não tem bicicletário, vamos buscar, mas não podemos perder a oportunidade de ir atrás da transformação”.

Já sobre a redução da velocidade das marginais, Haddad rebateu as críticas do adversário João Doria (PSDB) de que a queda no número de mortos no trânsito paulistano ocorreu por conta da crise econômica e não por causa da medida tomada durante seu mandato. “No Brasil, morrem 24 pessoas por 100 mil habitantes, no Estado de São Paulo são 17 por 100 mil e, na cidade de São Paulo, 8 por 100 mil. Foram 9 mil feridos a menos no trânsito no ano passado. A crise não explica isso”, disse. 

“São Paulo caiu da 7ª cidade mais congestionada para 58ª. Se fosse a crise, o Rio de Janeiro não teria caído de 3ª para 4ª. O fluxo melhora quando reduz-se a velocidade”, concluiu.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.