Herman: não há como investigar financiamento ilícito de campanha sem Odebrecht

  • Por Estadão Conteúdo
  • 09/06/2017 10h52 - Atualizado em 28/06/2017 23h52
Brasília - O ministro Antonio Herman Benjamin, relator no TSE da ação em que o PSDB pede a cassação da chapa Dilma-Temer, durante retomada do julgamento (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Herman Benjamin - abr

O ministro Herman Benjamin, relator das ações que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta sexta-feira (9), que não há como se investigar financiamento ilícito de campanha no Brasil sem investigar a Odebrecht. “Mesmo que a Odebrecht não tivesse sido citada nominalmente, nós não teríamos como esquecer a matriarca da manada de elefantes”, disse.

Herman voltou a defender que as provas ligadas a Odebrecht são importantes para o processo e que a empreiteira foi citada expressamente na petição inicial. Apesar de não ter havido uma votação oficial sobre o tema, 4 dos 7 Odebrecht se manifestaram na quinta contra o uso da “fase Odebrecht” no processo.

Segundo o relator, em seu depoimento, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, afirmou que a “conta-poupança” para o PT tinha um valor de R$ 150 milhões.

Herman também voltou a afirmar que, mesmo que o dinheiro não seja fruto de propina desviada Petrobras, “a simples não declaração ou utilização de caixa 1 basta para a cassação dos mandatos”. “O eleitor tem todo direito de saber quem está contribuindo efetivamente com as campanhas dos candidatos que se oferecem e pedem voto”, disse.

O relator lembrou ainda que a empreiteira não fez doações apenas para a chapa formada por PT e PMDB, mas também a outras legendas, o que mostra que há uma “densa” correspondência entre o setor de propina da Odebrecht para as eleições de 2014. “A Odebrecht utilizou e abusou do método clandestino de apropriação da reputação dos candidatos brasileiros em quase todos os partidos”, disse.

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