Homem pede HC para Lula dizendo que Moro “não tem QI” e desembargador rejeita

  • Por Jovem Pan
  • 07/12/2017 13h35 - Atualizado em 07/12/2017 13h42
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Reprodução/Facebook Mauricio Ramos Thomaz impetrou dois habeas corpus a favor de Lula; ambos negados

Mauricio Ramos Thomaz, consultor em Campinas (SP), não é advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas, pela segunda vez, pediu um habeas corpus (HC) a favor do petista, que foi negado nesta quarta-feira (6) pelo desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, João Pedro Gebran Neto.

A decisão de Gebran, relator dos processos contra Lula na Lava Jato em 2ª instância, resume o pedido de Mauricio Ramos.

O defensor não oficial de Lula diz que o juiz federal Sergio Moro, que condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro na 1ª instância, “não tem QI suficiente para teorizar sobre prova indiciária” e acusa o magistrado de “fraudar sentenças”. Mauricio pediu no Habeas Corpus:

– QUE A SENTENÇA seja reformada pois portada por alguém tem histórico de fraudar sentenças. E não adianta vocês dizerem o contrário. Vocês são formados em Direito e eu sei fazer contas. Prova supera presunção.
– denuncia não tem correlação com a sentença e ambas não tem provas do que alegam, nem a provas diretas ou indiretas máxime porque Sergio Moro nao tem QI suficiente para teorizar sobre prova indiciária.

Ao negar o HC, o desembargador destacou que, em outro habeas corpus não solicitado pela defesa do ex-presidente, os advogados de Lula, Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins, já manifestaram o interesse de o petista ser representado apenas por seus defensores legais:

O Requerente expressamente não autoriza qualquer forma de representação judicial ou extrajudicial em seu nome, que não seja através de seus advogados legalmente constituídos para representá-lo e defender os seus interesses, constantes em instrumento de mandato anexo, salientando que somente esses são legalmente autorizados para tanto.
Em sendo assim, requer-se o NÃO CONHECIMENTO do Habeas corpus impetrado perante esta Egrégia Corte.
Requer, por fim, que todas as intimação atinentes ao presente feito sejam efetuadas exclusivamente em nome dos Drs. Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins.

A resposta acima foi dada pela defesa de Lula diante de pedido de habeas corpus em março de 2016, impetrado pelo o Diretório do Partido dos Trabalhadores do Município de Itaperuna, no Rio de Janeiro. O objetivo era anular o depoimento de Lula durante condução coercitiva decretada por Sergio Moro e evitar novos procedimentos semelhantes.

Outro pedido de Mauricio

O mesmo Maurício Ramos Thomaz já teve um habeas corpus  preventivo em nome de Lula negado em 2015. Na época, ele ocupou o sistema judiciário com outras acusações e comparações esdrúxulas sobre o juiz Sergio Moro. “As decisões de Sérgio Moro que alguns chamam de doutor estão para a Justiça do mesmo que as masturbações estão para uma relação sexual” (sic), escreveu.  “A qualidade de suas decisões está no mesmo patamar que a ração wiskas está para a alta culinária” (sic), completou.

A defesa de Lula também negou a ajuda de Mauricio em 2015:

Esclarecemos que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não entrou com o pedido de habeas corpus impetrado em Curitiba, no dia 24/6/2015. Lembramos que esse tipo de ação pode ser feito por qualquer cidadão. Fomos informados pela imprensa da existência do Habeas Corpus e não sabemos no momento se esse ato foi feito por algum provocador para gerar um factóide.

O ex-presidente já instruiu seus advogados para que ingressem nos autos e requeiram expressamente o não conhecimento do habeas corpus.

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