Homem que morreu por suspeita de intoxicação da cerveja Backer é enterrado sem necropsia

Governo investiga o que levou o hospital a liberar o corpo sem passagem pelo IML

  • Por Jovem Pan
  • 05/02/2020 17h50 - Atualizado em 05/02/2020 19h11
Luidgi Carvalho/Estadão Conteúdo Boletim mais recente da Secretaria de Estado de Saúde registra 30 casos suspeitos de intoxicação pelo dietilenoglicol

O corpo de um homem que morreu com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol, depois de consumir a cerveja da Backer, foi enterrado sem ter passado por necropsia no Instituto Médico Legal (IML). Identificado como José Alves, o paciente estava internado no hospital da rede pública estadual Risoleta Neves, na região norte de Belo Horizonte, e morreu no sábado (1).

O governo informou estar investigando o que levou o hospital a liberar o corpo para o enterro sem passagem pelo IML. A instituição não seguiu procedimento que vinha sendo adotado até agora nas outras cinco mortes, suspeitas de contaminação pela substância.

A Polícia Civil, responsável pelo IML, confirma a necropsia em cinco corpos, e não quis se pronunciar em relação à possível sexta vítima do dietilenoglicol. Sobre os impactos do enterro da possível vítima da substância sem a passagem pelo IML, a corporação informou apenas que “todo contexto fático somado aos documentos médicos podem ser suficientes para chegar a uma conclusão”.

O boletim mais recente da Secretaria de Estado de Saúde, divulgado nesta terça-feira (4), registra 30 casos suspeitos de intoxicação pelo dietilenoglicol, com seis mortes. Do total de casos, 22 são de moradores da capital mineira e oito da Grande Belo Horizonte e interior.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde disse que o óbito, ocorrido no dia 1, só foi notificado no dia 3. “O procedimento estabelecido em função da investigação epidemiológica em curso, conforme a legislação em vigor acerca de casos e óbitos provenientes de agravos inusitados, determina que sejam comunicados de forma imediata ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (CIEVS)”. O texto diz ainda que a secretaria “solicitou esclarecimentos ao hospital Risoleta Neves, uma vez que o óbito foi notificado ao CIEVS apenas no dia 3 de fevereiro”.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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