Incêndio na Chapada dos Veadeiros é o maior da história, diz coordenador do ICMBio

  • Por Jovem Pan
  • 27/10/2017 12h07 - Atualizado em 27/10/2017 12h07
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Valter Campanato/Agência Brasil De acordo com brigadistas, as chamas já estão sob controle na maior parte do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, mas ainda existe uma linha de fogo a ser controlada

Equipes que trabalham para conter o fogo que atinge o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, já dizem que este é o maior incêndio da história da reserva ambiental. Entretanto, elas acreditam que a pior fase do fogo passou e há a expectativa de que as chamas sejam controladas até o fim de semana.

Em entrevista à Globo, o coordenador de prevenção e combate a incêndio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Christian Berlinck, afirmou que “esta é a maior queimada da história do parque. É a maior força de combate da história do País” e que nunca foi usada tamanha estrutura para um combate a incêndio no Brasil.

O incêndio no local teve início no dia 10 de outubro, mas foi controlado após seis dias. Mas no sétimo dia, novos focos surgiram e já passam de 10 os dias que brigadistas e voluntários tentam controlar as chamas.

Há a suspeita de que o incêndio seja criminoso. De acordo com brigadistas, as chamas já estão sob controle na maior parte do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, mas ainda existe uma linha de fogo a ser controlada.

Governo pede que PF investigue

O Ministério do Meio Ambiente pediu que a Polícia Federal investigue as causas do incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás.

O fogo começou há quase duas semanas e já destruiu pelo menos 64 mil hectares de vegetação, o equivalente a 26% da área total de preservação.

As características das labaredas e depoimentos de testemunhas apontam a possibilidade de origem criminosa. Moradores das localidades atingidas disseram à polícia terem visto motociclistas despejando combustíveis na mata.

O ministro interino do Meio Ambiente, Marcelo Cruz, afirmou que o parque está sendo monitorado, para evitar o surgimento de novos focos de incêndio: “dentro do parque o incêndio já está controlado, mas estamos com toda a estrutura lá e vamos mantê-la até que toda a região esteja em segurança. Então a Polícia Civil de Goiás e Polícia Federal, que cabe investigar, é necessário que se faça isso”.

O incêndio acontece quatro meses após a expansão do parque nacional, que teve a área de proteção estendida de 65 mil para 240 mil hectares.

Brigadistas trabalham por até 24 horas seguidas para combater fogo na Chapada

Em turnos de 12 horas, brigadistas e bombeiros se revezam no combate  ao fogo no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e arreadores. Em situações mais críticas, o trabalho de alguns chegou a durar até 24 horas. Munidos de abafadores e bombas de água nas costas, eles estão na linha de frente de combate ao incêndio que já superou a queimada de 2010 e é o maior já registrado na história do parque.

Na manhã de quarta-feira (25), a equipe do chefe de esquadrão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Valdeci da Silva Carvalho, fazia uma observação próximo ao Vale da Lua, local onde o fogo já havia passado, mas retornava em alguns pontos. “Eu enfrentei os incêndios 2007, de 2010, estou há 10 anos no parque, mas esse ano é mais complicado de todos”, compara.

O trabalho das equipes acontece dia e noite. Ao todo, a força-tarefa formada por profissionais do ICMBio, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de bombeiros do Distrito Federal e de Goiás, conta com 178 brigadistas e bombeiros.

Voluntários

Mesmo sem a expertise dos brigadistas, voluntários contribuem da maneira que podem no combate às chamas. Vinícius Leoni, comerciante de 26 anos, é um dos voluntários. “A gente sabe que tem brigada especializada em alguns lugares, dentro do parque, mas em outros não tem. A gente está indo com a nossa camisa, nossa calça. Minha calça está toda preta, meu tênis está queimado”, diz.

A orientação do ICMBio é que somente cheguem próximo aos focos aqueles que estão capacitados para isso e sob a orientação da central de comandos, para evitar acidentes. As equipes de brigadistas estão integradas e desenvolvem um trabalho coordenado – uma ação desorientada pode inclusive prejudicar as equipes.

*Com informações de Agência Brasil

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