Infectologista prevê novas variantes mais transmissíveis e ondas com casos mais leves de Covid-19 em 2023
Especialista destaca, no entanto, que mutações do vírus devem causar casos mais leves; desde o início da pandemia, Brasil já registrou mais de 696 mil mortes
O vírus da Covid-19 segue em circulação no Brasil e em todo o mundo. A tendência é que novas variantes mais transmissíveis e novas ondas com casos mais leves sejam registrados neste quarto ano de pandemia. Isso é o que prevê a infectologista do Grupo Pardini, Melissa Valentini. “O vírus que causa a Covid-19 já é endêmico na nossa população, ou seja, já circula causando aumento de casos de tempos em tempos. Quanto mais o vírus circula, mais mutações ele adquire, porque é um vírus de RNA e estes são mais suscetíveis a erros na transcrição do material genético e novas mutações. Algumas dessas trazem benefícios ao vírus, como aumento de transmissão, por exemplo, e começam a circular mais, são as variantes. Dessa forma, novas variantes são esperadas e podem, intermitentemente, causar novas ondas. Entretanto, o natural é que as novas variantes, apesar de mais transmissíveis, causem quadros mais leves”, explicou a especialista em entrevista ao site da Jovem Pan.
A infectologista também orientou a população a manter a vacinação contra a Covid-19 em dia, para combater as novas variantes e as novas ondas. “As vacinas tiveram e ainda têm um importante papel na prevenção dos quadros graves. Então, permanece a recomendação de se fazer os reforços. Para os mais vulneráveis, já está disponível no Brasil a medicação antiviral que deve ser iniciada até cinco dias após o início dos casos. Outra recomendação é que pessoas com quadros respiratórios sejam testadas e mantenham o isolamento recomendado nos casos positivos”, completou.
Com quase quatro anos de pandemia no Brasil, o número de mortes pela doença ultrapassou 695 mil até este início de ano. Além disso, até aqui, os casos confirmados somam mais de 36 milhões, sendo que mais de 35 milhões pessoas se recuperaram. De acordo com o Ministério da Saúde, São Paulo é o Estado unidade da Federação com maior número de casos, com mais de 6 milhões, seguido de Minas Gerais (mais de 4 milhões) e do Rio Grande do Sul (mais 2 milhões). Os menores números estão no Acre (mais de 160 mil ), Roraima (mais de 181 mil) e Amapá (mais de 183 mil) – os dados são do Ministério da Saúde (MS).
Diferente de 2020, quando ainda não existiam vacinas, e de 2021, com o início da imunização, o ano de 2022 ficou marcado pelas idas e vindas relacionadas ao uso das máscaras, a aplicação da dose de reforço, o início da imunização infantil e de uma nova onda de casos no país. Outro destaque do último ano foi a aprovação, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da venda do medicamento Paxlovid, utilizado no tratamento da Covid-19, para farmácias e hospitais particulares do país. Na reta final de 2022, o Brasil enfrentou uma nova onda de casos de coronavírus. A piora do quadro epidemiológico resultou no endurecimento de medidas de enfrentamento à doença. O uso de máscara voltou a ser obrigatório nos transportes públicos, nos aviões e nos aeroportos e a vacinação continua. Os primeiros dias de 2023, no entanto, trazem um quadro mais favorável. A média de casos conhecidos está em 15 mil por dia, patamar mais baixo registrado desde 21 de novembro, quando a média era de 14.971 casos. Apesar do quadro aparentemente alentador, os especialistas reforçam a importância de a população se manter vigilante, a fim de evitar novas crises.
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